O diabetes gestacional é uma alteração metabólica mais comum da gestação. Para permitir o desenvolvimento adequado do bebê, acontecem algumas adaptações na produção hormonal da mãe, que podem predispor ao surgimento da doença e como queria trazer mais aprofundado esse assunto aqui para vocês, convidei a Médica Endocrinologista e Metabologista Carina Correa Morellato.

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Uma dessas adaptações acontece na placenta e para garantir que a glicose chegue ao bebê em formação, há uma redução na ação da insulina, hormônio responsável por levar a glicose que está no sangue para o interior das células. Por outro lado, quando o pâncreas materno não consegue compensar de maneira adequada, aumentando a produção de insulina, surge o diabetes gestacional explica doutora Carina.

Quando suspeitar do diabetes gestacional

O diabetes gestacional na grande maioria das vezes, não causa sintomas! Por isso, o exame da glicemia deve ser realizado de rotina durante o pré-natal. A recomendação é que as gestantes realizem o exame de teste oral de tolerância à glicose, também conhecido como curva glicêmica, por volta da vigésima quarta semana de gestação.

Fatores de risco para o diabetes gestacional

– Idade materna avançada;

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– Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso durante a gravidez atual;

– Síndrome dos ovários policísticos;

– Histórico familiar de diabetes em parentes de primeiro grau;

– Diabetes em gestação anterior;

– Gestação múltipla (gravidez de gêmeos).

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Como é feito o tratamento

O diabetes gestacional pode ser controlado através de uma alimentação adequada. Além disso, para as gestantes que não tem contraindicação, a atividade física também é indicada. Nos casos em que não há um controle glicêmico satisfatório com essas medidas, o tratamento medicamentoso deve ser iniciado.

Quais os riscos do diabetes gestacional

O diabetes gestacional não controlado gera muitas preocupações. Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose, ainda dentro do útero, há maior risco de crescimento fetal excessivo (macrossomia fetal), resultando em partos traumáticos e hipoglicemia neonatal. Além disso, maior risco de aborto e malformações também podem estar associados ao diabetes gestacional. Essa exposição intrauterina também ocasiona um aumento nos níveis de insulina fetal, levando a uma maior chance de obesidade e diabetes a longo prazo relata a especialista.

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Para a mãe, além do risco aumentado de complicações obstétricas, há maior chance de recidiva do problema em gestações subsequentes, bem como de desenvolver diabetes e outras doenças metabólicas, como elevação da pressão arterial e colesterol no futuro.

Portanto, o diagnóstico de diabetes gestacional não tem impacto só no período gestacional, e é uma oportunidade para melhorar a saúde da mãe e do filho, a fim de evitar possíveis complicações a longo prazo. Uma alimentação saudável, prática de atividade física regular e o controle do peso, são benéficos para a prevenção do diabetes. Além disso, o aleitamento materno pode reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes após o parto!

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