Na Copa do Mundo de 1982 na Espanha, a primeira e a melhor de todas as sete Copas que já fui, no jogo de Barcelona que o Brasil foi eliminado injustamente pela Itália, abandonando a Copa há dois jogos da final onde éramos apontados como os melhores, meu lugar era privilegiado no estádio, onde cheguei de táxi, de carona com o cantor João Nogueira: cadeiras. Sei lá como consegui aquilo. Mas estava lá. Numa fila embaixo da minha sentou-se a Xuxa, apresentadora de TV da Rede Manchete, no Brasil, e mais conhecida como a namorada do Pelé. Xuxa estava na Copa por causa dele, do rei, comentarista da Globo trabalhando com Galvão Bueno.
Continua depois da publicidade
Os espanhóis no estádio nem sabiam que era Xuxa. Então acabei com o jogo dela. Com uma bela máquina fotográfica comprada um dia antes em Andorra, uma especie de Paraguai da Europa, me levantei e fui pra frente da Xuxa fotografá-la, tirando o seu sossego. E o meu também. Todo mundo querendo saber quem era a loura que eu não parava de fotografar. Até que não deu mais de ver o jogo. Rodearam a Xuxa e dá-lhe fotos e autógrafos. Tive que dizer para umas mil pessoas quem ela era e ela teve de fotografar até com quem não sabia quem era a Xuxa. Mas sendo a namorada do Pelé, era como ter uma foto ao lado dele. Foi a atração do jogo.
Então um ano depois da Copa da Espanha, o Miro trouxe a Xuxa para um desfile na Le 88, a boate que estava bombando em Floripa, do Julinho Duarte e Alexandre Bastos, nos altos da rua Felipe Schmidt. Nos camarins, levei todas as fotos que fiz dela em Barcelona e contei a história, com o cabeleireiro Helinho Ferreira (C) como testemunha. Ela me olhou com aquela carinha de quem lembrava muito dessa dia que não pode ver o jogo, mas ai sim, conhecendo o pseudo fotógrafo que lhe tirou o sossego. Rimos muito. Xuxa levou algumas fotos e eu fiquei com outras.
De lá pra cá vocês conhecem a história. Xuxa ficou milionária e famosa.

Continua depois da publicidade