“A chamada “esquerda” nos governos Lula e Dilma nunca foi “esquerda”, mas um arremedo da mesma. É preciso ficar bem claro que a ênfase no combate à impunidade não reflete uma perseguição aos que lutam contra a desigualdade. O combate à corrupção, não é assunto “pequeno-burguês” ou “udenismo tardio”, como muitos acham. E nos combatem porque leem pouco ou nada, e acreditam que “mudamos de lado”. Se eles mudaram de lado, não podem nos obrigar a fazer o mesmo. Não fomos nós que nos aliamos ao rebotalho da classe política brasileira – Jucá, Lobão, Sarney, Collor, Renan e tantos outros. O sonho desta geração de que faço parte era a vitória de uma justiça plena, fim da desigualdade e não a pirataria, o saque aos cofres do Estado enquanto tantos morriam à míngua”.
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O recado é do escritor catarinense Emanuel Medeiros Vieira, indicado esse ano ao Prêmio Nobel de Literatura.
Golpistas
Caiu-me às mãos ontem uma charge do saudoso Millôr Fernandes (que falta faz!) em que aparece o mapa do Brasil e uma frase, bem atual, proferida em 1893 por Floriano Peixoto: “Restaure-se a moralidade ou nos locupletemos todos.”
Lembrei-me de outras duas frases emblemáticas: “E o povo já pergunta com maldade, onde está a honestidade?” (Noel Rosa, década de 30); e “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão…” (Bezerra da Silva, anos 80).
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Se sabemos que a corrupção nos negócios do Estado não nasceu com a República, é bom lembrarmos que no Império, pelo menos, havia discrição e pudor…
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