Na carona da reportagem do Fantástico de domingo passado, vale registrar que a incidência de transtornos mentais na classe policial não é exclusiva daqueles na atividade de ponta. Igualmente, o serviço administrativo apresenta índices significativos de comprometimento e/ou afastamento em razão do sentimento de pressão para dar conta da sobrecarga de trabalho em espaço de tempo reduzido.
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O efetivo abaixo do mínimo necessário e a perda salarial em caso de licença médica são causas principais para o quadro de enfermidade nas corporações. A realização de avaliação psicológica preventiva e periódica confirmaria o que há tempo se sabe, mas pouco é dito: os policiais brasileiros precisam de ajuda.
Como se não bastasse o TM (estresse, depressão, pós-traumático, Burnout, etc.), o pior é o preconceito e menosprezo que ainda imperam nas instituições todas às vezes em que um policial assume a necessidade de afastamento ou tratamento. "Louco", "vadio", " fora da casa", "complicado" e etc. são alguns dos vários nomes que, inclusive os superiores, usam para se referir, pois, para estes (chefes), a única coisa com que se preocupam é o fato de que o subordinado trouxe um "problema" e terá que ser substituído.
PM nota 10
As cenas daquele motorista embriagado, agressivo, totalmente fora da casinha, em Jaraguá do Sul, nocauteando o policial militar que tentava algemá-lo, mostram claramente o grau de respeito à vida do cidadão e de controle emocional de nossos policiais. Em muitos países mais desenvolvidos que o nosso, ou alguns estados brasileiros, aquele civil teria sido abatido a tiros. Aqui, na PM de Santa Catarina, o respeito pela vida vem sempre em primeiro lugar, ainda que muitos intolerantes pensem o contrário.
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