No século XX, onde nascemos, tínhamos umas vertentes: comunista, fascista, capitalista, liberal e até os ecologistas, e cada um pegava a sua e tocava em frente, achando que cada uma delas pudesse levar aos deuses do Olimpo. O século virou e a gente vê que não é nada disso.
Continua depois da publicidade
Agora tá difuso, confuso, obtuso, tudo se mistura, tem tribos demais, tem 40, 50 correntes, com muitas linhas de comportamento sexual. Então é um mundo imprevisível. Sim, tem um grande desenvolvimento tecnológico, mas não tem poesia. O Google é a maior biblioteca da humanidade? É, mas os usuários não sabem usar nem 10% dela. Não sabem nem o que procurar.
Parece que ainda é melhor ficar na praia, namorar, comer banana, beijar na boca e se pegar isso tudo e misturar poderemos chegar em Coríntios, na Bíblia: "Quando restar somente a fé, a esperança e o amor, eu ainda fico com o amor, por que no amor estão a esperança e a fé". E é esse amor que eu não vejo mais nas pessoas, que ficaram frias, objetivas, centradas, falsas, ladras. A nossa política representa isso.
Esses novos que estão no poder – ou que estão presos – são muito burros, na verdade. Não têm nada na cabeça, só dizem o óbvio, "que estamos trabalhando para o bem do povo, para a sociedade melhorar. Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada… A vida boa é a vida de todo dia, não é a vida do passado, nem do futuro, sabendo que a nossa geração usufruiu o melhor período da história moderna, que fomos nós que nascemos na década de 50 e chegamos na dobrada do século XXI, ninguém verá nos próximo milênio, eu acho, uma juventude que observou tanta transformação, do pós-guerra, do cronometro, da espaçonave, da guitarra, do protesto… agora a gente está só numa corrida tecnológica que se não conviver com o meio ambiente, vai explodir porque ninguém vai viver só de tecnologia e nem só de meio-ambiente, os dois vão ter que se casar e encontrar as soluções para a comida, a água potável, as cidades, o desenvolvimento humano, o trabalho, a distribuição da riqueza, para usufruto da riqueza.
O que dignifica o homem é o salário que ele ganha com o seu trabalho. Porque se você trabalhar e ganhar R$ 1 mil, você não consegue usufruir o que a sociedade produz. Então não tem sentido trabalhar sem conseguir comprar nada. Só dignifica o homem o que ele consegue comprar parte dessa produção da qual ele faz parte. Aí ele é um sujeito digno. E estou falando de férias, de cinema, de cultura, de ler um livro, de escutar uma música, de ter um celular. Mas enfim, vamos em frente, curtir a nova e prazerosa estação das flores, sorrisos e do canto dos pássaros.
Continua depois da publicidade