Não falei nada da Jamaica onde estive pela segunda vez, agora, nas férias de agosto, completadas com mais uma semana em Miami, e muitos amigos e leitores me cobraram isso. E a Jamaica? Acho que foi uma das melhores viagens. De Fort Laudardale, na Florida, embarcamos – eu, Elvira e os filhos Manoel e Maria Cláudia (foto) para Montego Bay, uma hora e 40 minutos de voo sobre o mar transparente do Caribe. Um voo a cada hora.

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Ao chegar, a primeira surpresa: o hotel que reservei, sem querer, juro, por uma feliz coincidência foi o mesmo que ficamos há dez anos quando levei o time do Beijo para uma viagem inesquecível e um jogo contra os Reggae Boys do Renê Simões no Dia da Independência do país, com Vampeta, Serginho Chulapa e Jairzinho na delegação. Humildade do povo jamaicano e a alegria que vivem são contagiantes. Dançam, cantam, servem, fazem tudo com sorriso para agradar o turista.

Cacau virou boss. Aqui seria coroa. As praias são maravilhosas. O sol forte é o ano todo. O povo adora a sua polícia. Aplaude, conversa, festeja a presença dos meninos policiais fortemente armados nas ruas olhando os carros. Todo mundo fuma e vende, e ninguém se incomoda com isso. Muito pelo contrário. É cultural, vem do kay. Esse é o marketing do país de Bob Marley, Pete Tosh e Jimmy Cliff. Tudo pode. A economia é informal. Não tem regras. 

Dois dias em Kingston, 2h20min de carro de Montego Bay, em ótima estrada, foram dedicados a Bob Marley. Peguei um motorista de van (doido, pra variar) que ficou dois dias à nossa disposição: uma tarde toda na casa de Bob Marley que virou museu, foi demais. Numa das salas, onde estão as façanhas do rei do reggae na mídia mundial, satisfação ver a capa do jornal O Globo com foto de Marley e o ex-craque Paulo Cesar Caju jogando futebol com o Chico Buarque no seu campo de Jacarepaguá, no Rio.

O estúdio onde ele gravava, o quarto de dormir com o chinelo ao lado da cama, suas roupas jeans dos shows, as toucas, os objetos pessoais, sua intimidade. Tudo guiado. Nossa, um espetáculo. Chorei também. Dia seguinte, a tarde toda na favela de Trenchtown conhecendo a pequena casa onde Bob Marley morou quando pequeno e seus amigos que ainda estão por lá. Rastafaris. E uma visita ao clube Ambassador, ao lado da sua casa em Trenchtown, quase abandonado, onde a lenda fez seus primeiros shows. Chorei também. 

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Comida maravilhosa, mergulhos em cavernas, festas que começam no pôr do sol e só acabam no amanhecer, todos os dias, por todos os cantos. Cultura reggae, cerveja Red Stripe, café das montanhas, salve, salve simpatia… quando entrei no avião em Kingston para Miami, tive a certeza de que não seria a última vez. A Jamaica é uma festa e uma bagunça organizada cheia de amor pra dar…Férias perfeitas.

Arquivo Pessoal
(Foto: Arquivo pessoal/Divulgação )

Na casa de Bob Marley, em Kingston, com parte da troupe. Difícil foi ir embora!