Todo final de ano tenho por hábito escolher um destaque, às vezes mulher, às vezes homem, às vezes gente simples do povo, às vezes poderosos, políticos (poucos, mas já teve), empresários, artistas, desportistas, profissionais liberais, gente que fez por merecer. E como toda escolha, em algumas fui aplaudido, em outras criticado, mas nem por isso pequei pela omissão. Sempre tive liberdade para fazer o que a minha consciência manda, surpreendendo até mesmo os escolhidos. Uns dois ou três nunca agradeceram, certamente desconfiados de suas capacidades. Mas vi neles algo no ano que, pelo jeito, nem eles viram. E nem por isso me arrependi. Valorizei pessoas sem nenhum interesse. Aliás, foi o que mais fiz na minha vida, descobrir e valorizar talentos. Nunca ganhei um tostão para fazer propaganda de ninguém, ao contrário do que alguns colegas que não deram certo insinuam, numa profissão conhecida pela disputa, ciúme, inveja, falsidade, interesse, falta de respeito e raiva de não estar onde e como queriam.

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Vamos falar de coisa boa, agora. Meu homem deste ano salvou a minha vida. Me deixou em Floripa, onde nasci, me dando o emprego dos meus sonhos, aquele que começou numa rádio humilde de Barreiros, aos 13 anos de idade. Esse homem nunca me chamou a atenção, nunca me pediu nada, sempre me valorizou, me protegeu, me indicou para as melhores viagens (e só  Copa do Mundo foram seis), me ajudando com o emprego a criar minha família, a ser feliz, me dando moral, me fazendo conhecido além da aldeia.

Esse homem foi meu patrão nos últimos 38 anos anos, mais da metade da minha vida toda. Esse homem é o dono do maior grupo de comunicação do Sul  do País, a RBS, e se chama Nelson  Pacheco Sirotsky, meu amigo, meu guru, que começou em televisão aqui em Floripa, junto comigo, em 1979.

Talvez poucas vezes nos veremos, talvez nem mais falaremos, talvez nossos encontros serão cada vez mais escassos. Mas desse homem jamais esquecerei. Muito Obrigado em nome da minha família, do meu pai, que não está aqui para agradecê-lo  pessoalmente, e do povo de Santa Catarina. Gratidão eterna, presidente!

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