Sobre nota de Cacau a respeito do Campeche e Rio Tavares, no Sul da Ilha, ficando cada vez mais a cara do Hawaii com uma geração que lembra muito a nossa de rock, surfe e brotos dos anos 70, o cineasta e nativo Ademir Damasco, o Neném, morador do Campeche, opina:

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"O Campeche é um lugar muito legal desde a década de 80, quando da existência do Bar do Chico, e a partir de 90, com o bar Sufoco, que também era na praia e bem perto do Seu Chico. No Sufoco, a maioria dos músicos de Floripa se apresentaram.

Nesses espaços, tínhamos uma galera muito descolada e representantes de diversas tribos (artistas, surfistas, boleiros, carnavalescos, pescadores etc.). Ali surgiu o Surfoco, campeonato de surf que já tem 30 anos, o bloco Onodi e festas antológicas nas quais a diversão era garantida sem violência, só na paz.

O Campeche talvez seja a comunidade mais politizada e cultural da Ilha. Aqui vivem muitos artistas e novos espaços culturais foram abertos. Me lembro que te levei, acho que por duas vezes, para entrevistar o seu Chico, que conhecia teu pai, era teu fã e ficou muito contente de falar contigo. Bom, hoje essa galera tá meia perdida perto de uma multidão de gente vindo morar aqui, mas acho que a vibe é a mesma, um lugar de gente jovem que pratica esportes e realmente a cultura surfe com skate é determinante, pois agregou o Rio Tavares, que na época era o patinho feio da área, mas com construções de dezenas de pistas de skate. Como são bairros muito próximos ficaram irmãos siameses.

Olhando esse nicho intenso, chegaram lojas, bares, toda a estrutura gastronômica e deu nisso, um lugar intenso e muito interessante. Como sempre, só a infraestrutura que não acompanha o fluxo continua a mesma dos anos 80. Abraços".

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