É sério, eu também gostava do Lula. Já fui a Tubarão quando jovem com o Beaco Vieira só para vê-lo palestrar, com uma garrafa de aguardente ao lado, barbudo e de boné. Quando ganhou a eleição, comemorei como um brasileiro qualquer em busca de mudanças. Acreditei nele até onde foi possível. Todas as vezes que vinha para Floripa, especialmente no hotel da CUT, no Norte da Ilha, divulgava em primeira mão. Vibrei quando no primeiro mandato fez sucesso mundial. Foi chamado de "O Cara" por Barack Obama, condecorado na Sorbonne em Paris. Onde chegava era uma festa.
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Recebia seguidos presente e convites de estadistas para visitar seus países, era um presidente diferente. Simples, brincalhão, Lula fazia churrascos e jogava pelada no Alvorada onde morava em Brasília. Seu churrasqueiro era daqui, Jorge Lorenzetti, onde tinha muitos amigos íntimos, especialmente da esquerda festiva. Kibelândia e UFSC. Quando tomou chope na Oktoberfest de Blumenau, já com fama de pinguço, mostrei a cena várias vezes na televisão com empolgação. Beber em público era permitido. E o presidente fazia igual ao povo. Acreditei nele até o último minuto. De modo que também me sinto traído.
E fico triste quando recebendo dele tudo o que recebo pelas redes sociais custo a acreditar que um líder popular pudesse mudar tanto, jogando sua bonita história numa lata de lixo. Hoje meu sentimento é de vergonha, minha e do país, e de pena de quem se perdeu por aí, levando atrás um monte dos meus ídolos.
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