Conceda-me dois dedos de prosa. Preciso falar sobre a questão populacional de Florianópolis, a grandiloquente variável socioeconômica na complexa equação que irá definir o futuro da cidade e os nossos destinos. Estimativa do IBGE de dias atrás estimou uma população (2018) em Florianópolis de 492.977 pessoas.

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Segundo o PhD em demografia Paulo Campanário, em trabalho publicado pelo IPUF em 2007, a população se estabilizaria por volta de 2050 com a cidade somando 876.159 habitantes.

Ou seja, no período de apenas 32 anos agregaríamos à nossa população cerca de 380.000 pessoas, isto é, um crescimento de 77%, sem dúvida um percentual extraordinário.

O notável é que – certamente caso único entre as capitais do Brasil – o crescimento deve-se ao fluxo migratório. O crescimento vegetativo no início do período é de apenas 0,70% (natalidade de 1,22% e mortalidade de 0,52%). Mas eis que aí aparece Florianópolis como sonho de consumo para muitos brasileiros, apontando um fluxo migratório (diferença entre os que entram na cidade e os que saem) de 1,24%, que é muita alta. Por isso é que os nativos já são minoria (pouco menos de 50%).

No final do período (2045-2050), o crescimento populacional seria de apenas 0,33%, puxado pelo fluxo migratório de 0,49%. Não fosse isso, a população estaria decrescendo (morrendo mais gente 1,06% do que nascendo 0,84%).

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O elevado fluxo migratório que ocorre em Florianópolis é benéfico, pois a grande maioria dos que vem para cá é de razoável ou elevado nível educacional ou econômico. A cidade se enriquece com esse fluxo, sem contestação.

A questão é que não estamos sendo capazes de administrar a questão populacional, tanto do ponto de vista social (as favelas estão aumentando rapidamente) quanto econômica (as oportunidades de emprego são baixas, mantendo-se elevado o volume de desemprego). As áreas naturais protegidas que correspondem a cerca de 50% da Ilha de SC estão seriamente ameaçadas.

Acredite se quiser

Políticos locais e do Estado estão pressionando a Floripa Airport para que o Novo Terminal de Passageiros, que já tem data marcada para ser inaugurado (1/8/2019) (três meses antes do previsto em contrato), para que o mesmo seja inaugurado somente final de outubro, alegando que o acordo não era entregar a obra em agosto.

Ou seja, é o primeiro caso no mundo em que a empresa está sendo questionada por entregar o produto antes do prazo. Tudo isso porque aquele trecho (aquele….) que passa por trás da Ressacada, continua do mesmo jeito. Ou seja, o aeroporto poderá ser inaugurado sem o novo acesso.

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Corrida do relógio

No dia 11 de abril o STF vai rediscutir a tese da prisão após condenação em segundo grau. Se mantiver o entendimento, Lula continua preso. Se mudar, Lula pode recorrer das condenações em liberdade. Por isto, o governo tem interesse em aprovar a legislação que o ministro Moro entregou ao Congresso Nacional antes da decisão do Supremo.

Uber

A empresa esclarece que ainda não foi possível verificar se a ocorrência mencionada nesta coluna anteontem e ontem se deu em viagem com o aplicativo da Uber, pois, segundo ela, não recebeu qualquer informação sobre o veículo ou o motorista parceiro que permitisse identificar o caso.