Foi necessário deixar passar alguns dias para digerir melhor o longo discurso de Lula (55 minutos) logo após a missa pelo aniversário de sua falecida esposa, dona Marisa Letícia, sábado em São Bernardo do Campo (SP). Alguns viram o discurso como uma despedida, num paralelo com a Carta Testamento de Getúlio Vargas. Enquanto este dizia sair da vida para entrar na história, Lula fala em deixar de ser uma pessoa para ser uma ideia. “Agora vocês não são mais Luizinho, Chiquinha, Vicentinho, agora todos vocês se chamam Lula. Vão e espalhem as minhas ideias”.
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Lula sempre sentiu-se um predestinado. Não fosse isso, ele teria ficado pelo caminho (o pai que os abandonou, a perda do dedo num torno mecânico, a morte da primeira esposa durante o parto, a prisão na ditadura, as seguidas oito derrotas, se considerarmos dois turnos).
Ainda vai surgir alguém de sangue frio que vai nos mostrar em que momento Lula pegou o lado na bifurcação de seu mandato.
É como aquele verso de David Nasser : “… Eu cresci, o caminho perdi…”
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