No DC impresso, a colocação da coluna do Cacau sempre na última página (depois penúltima e última) era marca registrada. Milhares de leitores afirmavam que preferiam ler o jornal de trás pra frente, porque queriam saber primeiro as informações que eu estava divulgando. Como "num indo e vindo infinito, tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu a um segundo, tudo muda o tempo todo no mundo" (Lulu Santos), as mudanças vieram.

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Agora Cacau tanto pode ser o primeiro, como o último. Depende da indicação que o leitor fizer na hora de escolher o que vai ler. De todas as revoluções que a internet trouxe, a capacidade de colocar o colunista em qualquer lugar da publicação, mas sempre em um lugar privilegiado, parece ser uma das principais. "Os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos" (Mateus 20:16).

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Pedágio duvidoso

A famigerada Taxa de Preservação Ambiental (TPA), eufemismo que se dá ao pedágio cobrado para entrar no município de Bombinhas, está fixando suas garras agora em Governador Celso Ramos, onde entra em vigor no próximo dia 1º de novembro. Há quem diga que em curto prazo chegará também a Garopaba, São Francisco do Sul e até Floripa. Mas há algo suspeito nessa história. A empresa que fará a cobrança da taxa é a mesma em Bombinhas e em Governador Celso Ramos e pertence ao mesmo dono, o ex-vereador Fábio Fiedler, de Blumenau.

Fonte ouvida pelo Serviço Secreto do Cacau sob condição de anonimato garante que o esquema que está sendo montado é semelhante aquele das lombadas eletrônicas, através do qual uma só empresa administrava o serviço em vários municípios. Nas redes sociais está circulando uma campanha incentivando as pessoas a denunciarem o "escândalo" ao Fantástico.

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Polícia neles!

A iniciativa da Polícia Civil de Santa Catarina em criar quatro unidades descentralizadas de repressão à corrupção no Estado sinaliza também uma política institucional de especialização e centralização de atribuições focando nos crimes de efeitos de repercussões financeira e social, nos mesmos moldes adotados pela Polícia Federal há 20 anos e responsáveis, desde então, pelo histórico de profissionalismo, eficiência e gestão. A corrupção é o homicídio praticado contra o povo, matando os cidadãos através do desvio do dinheiro público que impede a prestação de serviços públicos de qualidade na saúde, educação e segurança. Empresários, agentes políticos ou públicos, não importa: polícia neles!

Bolsonaro light

Carlos Moisés se elegeu governador na esteira da onda bolsonarista, declara-se alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, mas toma atitudes como o recebimento em seu gabinete de representantes do Movimento dos Sem Terra (MST), designação de um professor para ensinar a policiais militares abordagens a transexuais e planejamento do uso de agrotóxicos conforme o grau de periculosidade das substâncias, medida apelidada de "ICMS verde". Por tudo isso, a revista Veja, em reportagem publicada neste final de semana, qualifica Moisés como criador do "bolsonarismo light". "Mesmo se mantendo como aliado de um governo federal que cobra 100% de fidelidade em todas as questões, Moisés procura se distanciar dos ideais mais radicais da onda conservadora capitaneada pelo presidente", afirma a publicação. Questionado sobre os filhos do presidente, que vivem distribuindo ataques para todos os lados, o catarinense responde: "Não me refiro a eles e espero que nunca se refiram a mim".

Duduco tem pena novamente reduzida

Em recurso proposto pelos advogados do carnavalesco e ex-vereador e deputado Duduco, Hélio Brasil e Deivid Prazeres, o Tribunal de Justiça reduziu mais uma vez a pena do ex-deputado: para 20 anos. O TJ reconheceu a prescrição em relação a um dos supostos abusos denunciados: do mais velho que, mais de 10 (dez) anos depois, foi à imprensa dizer que havia sido molestado. Sobrou apenas a denúncia de atentado ao pudor do menor (hoje com 19 anos), Alison Manoel, que divulgou vídeo nas redes sociais e fez declaração – autenticada em cartório –  afirmando que mentiu e foi coagido a acusá-lo aos 12 anos de idade. Inicialmente a condenação foi de 31 anos e reduzida para 25 anos no início deste mês.

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