Foi numa sexta-feira, 13, do ano de 1970. Um disco com capa meio esquisita, mostrando uma figura disforme, que parecia uma bruxa ou uma assombração, lançado timidamente na Inglaterra, a terra dos Beatles. O nome do álbum era igual ao da banda e da faixa de abertura: Black Sabbath. Formado por Ozzy Osbourne (voz), Tony Lommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria), o quarteto mudou a história do rock, dando origem a um novo gênero que viria a ser conhecido como heavy metal. 

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A faixa título do disco de estreia abria com o som de uma tempestade, o dobrar de sinos e um riff longo, grave, distorcido e arrastado. Suas três notas estavam dispostas em uma sequência conhecida na Idade Média como "O intervalo do Diabo", algo que era terminantemente proibido pela Igreja de ser tocado.

Apesar de parecer um truque bolado para chocar, o próprio guitarrista admite em sua autobiografia Iron Man, que a ideia não foi intencional. "Eu não fazia ideia, foi simplesmente algo que senti dentro de mim. Foi quase como se aquilo tivesse saído de dentro de mim à força. As coisas surgiam assim", afirmou Tony Lommi, citado pelo crítico de música André Cáceres. 

Para Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, um dos principais grupos do metal contemporâneo, "o Black Sabbath é tudo, todo o metal veio deles, mesmo sem saberem o que estavam fazendo". Em entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo, Kisser complementa: "Por mais barulhenta e diferente que seja a banda, se ela é de metal, veio do Black Sabbath". 

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