No Mercado Público, onde todos se encontram, tive o privilégio de conviver muitos anos com a humildade da franzina e delicada Nega Tita, que era minha convidada todos os dias do café da manhã ou de um lanche ou almoço. Ela entrou para o folclore local, quando – certa vez – estava sentada na escadaria da Catedral Metropolitana com um filho recém-nascido e uma freira nova na cidade perguntou: "queres dar esta criança para mim?" Indignada, Tita respondeu: "Se quises uma igual, vai dar como o di".

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Era tão popular que até o nosso maior artista catarinense, Juarez Machado, fez questão de fazer esta foto com ela e comigo em 1988. Eu cheguei a fazer um RG para ela, o original ficava comigo e ela sempre carregada uma fotocópia, que perdia toda semana. Nega Tita morreu ao ser atropelada na Avenida Mauro Ramos em uma Quinta-Feira Santa, carregando uma tainha que dei para ela e que seria saboreada no dia seguinte com os netos.

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