Não é bem uma renúncia, mas quase isso. O atual presidente do Blumenau Esporte Clube, Wanderlei Laureth, deve se afastar do comando do time a partir da metade da próxima semana. Isso porque está em fase de transição a terceirização da gestão da equipe, motivada principalmente pelas dificuldades financeiras enfrentadas neste ano.
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Laureth afirma que a disputa jurídica pela presidência do Tricolor queimou a imagem do clube perante possíveis investidores, algo que potencializou as dívidas. O “interventor” – como diz o atual mandatário – deve ser Carlos Henrique Cordeiro da Silva, empresário do setor imobiliário, torcedor e patrocinador da equipe no ano passado.
O primeiro passo dessa parceria já foi feito, com o parcelamento da dívida com o Sesi, para que o clube possa mandar os jogos em Blumenau durante a Série B do Catarinense. Agora, a meta é pagar a inscrição e regularizar todos os atletas junto ao Boletim Informativo Diário Eletrônico (BID) da CBF. Conforme Laureth, há jogadores que vêm de fora cuja taxa chega a R$ 2,6 mil.
No total, só para garantir que todo o elenco esteja apto a entrar em campo, o atual presidente estima um gasto próximo de R$ 40 mil – valor esse que também será pago por quem assumir a gestão do Tricolor. Questionado sobre uma possibilidade de a parceria não dar certo, Laureth garantiu que isso não trará prejuízos e que se necessário vai “tirar o dinheiro do próprio bolso”.
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Caso se confirme essa terceirização, Carlos Henrique ficará responsável pela gestão de patrocínios, programas de sócios-torcedores, administração e elenco. O interventor terá autonomia para tomar decisões, inclusive de dispensa de atletas e comissão técnica, por exemplo. “A atual diretoria só vai olhar de cima”, afirmou Wanderlei á coluna.
O tempo de trabalho pré-estipulado nessa negociação é de 180 dias. Questionado, Carlos Henrique disse que as suas motivações nessa parceria são emocionais, não empresariais:
– É a paixão pelo clube. Aprendi a amar o Blumenau, a torcida. Vivi tudo isso no ano passado, me envolvi e passei a acreditar que é possível ver esse time novamente na elite do futebol catarinense.
Última alternativa
A terceirização da gestão é a última saída possível para evitar uma hecatombe no Blumenau Esporte Clube. Sem dinheiro e em uma competição bem mais cara dque a Terceira Divisão do Estadual, o time deu início a uma bola de neve. Para não torná-la uma avalanche de problemas, é preciso uma injeção de recursos, já que, ao que parece, o time deu um passo maior do que a perna ao anunciar elenco e comissão técnica.
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Do jeito que está, sem apoio, sem dinheiro e com um racha na própria torcida, é praticamente impossível manter um time com chances de brigar por algo. Mesmo assim – e bom que isso fique claro –, essa parceria ainda não é oficial e muito menos é a salvação da pátria.