Depois de 15 anos, Metropolitano e Blumenau Esporte Clube vão se reencontrar. Tudo bem que a competição é de base, mas o momento das duas equipes é que faz com que o duelo tenha ares que vão além dos 22 jogadores dentro de campo e se estenda para os bastidores. Isso porque a pouco mais de 60 dias para começar a Série B do Campeonato Catarinense, ambos os clubes vivem momentos completamente distintos, uma situação estranha se compararmos como foi o fim de ano de cada um.

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O Metropolitano, por exemplo, teve um dos piores anos de sua história nos gramados. Com um time fraco tecnicamente, falta de investimento e diretoria rachada, o clube foi rebaixado à Segundona como lanterna do Estadual. De quebra, optou por não disputar a Copa Santa Catarina, o que aqueceu ainda mais as discussões internas. Já o Blumenau entrou como favorito na Série C do Catarinense e mesmo sem muitos recursos, conseguiu com parcerias formar um time para lá de competitivo. Não à toa, foi campeão invicto e entrou em uma lua de mel com o torcedor.

Embora ambos fossem acabar no mesmo lugar, a Série B, as situações eram opostas. Verdão afundado em dívidas, quase se afogando. Tricolor com taça na mão, chegando com moral. Um vinha desacreditado, outro empolgado. Até que 2018 começou.

O início do trâmite para renegociar as dívidas com ex-atletas – o Ato Trabalhista – deu fôlego ao Metropolitano. A troca de presidente, com a saída de Pedro Nascimento e a entrada de Saulo Raitz, levantou um pouco a moral do clube perante investidores. Houve aproximação com ex-dirigentes, como Marcelo Georg e Erivaldo Caetano Júnior, o Vadinho, presidentes entre 2012 e 2015. Quietinho, o clube se reestruturou administrativamente, trouxe nomes fortes em Blumenau como Robson Rides e Rodrigo Cascca para cargos importantes, manteve em atividade as categorias de base e começou a mapear jogadores. Com esse contexto, time e torcedores retomaram o apego.

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O Blumenau EC, por sua vez, começou o ano no pique. Anunciou Viton como treinador, confirmou Biro-Biro como gerente de futebol, estreitou os laços com a Associação dos Amigos do BEC e, ao que parecia, chegaria com um bom cartaz junto à Série B. Problemas internos, porém, apagaram esse fogo e o Tricolor vive um cabo de guerra: ameaça de impeachment, rompimento com a associação, pressão sobre o presidente Wanderlei Laureth, WO na última rodada do Sub-17 e garotos da base treinando em um campo de futebol society. E pior, a diretoria perdeu o apoio do torcedor, o principal patrimônio do Tricolor – não é difícil ver nas redes sociais nomes que antes defendiam Laureth a qualquer custo, pedindo sua renúncia.

Esse é o tempero para o jogo deste sábado, às 15h15min, no Estádio Guilherme Jensen, o campo do Atlético Itoupava. Com expectativa de bom público, torcedores verdes e tricolores se reencontrarão em situações distintas. É claro que não será uma prévia da Segunda Divisão, já que há muita água para rolar nos dois meses que virão por aí, mas uma mostra de como as equipes estão se organizando. Base é base, profissional é profissional, mas um sempre acaba influenciando no outro. Veremos.

Ah, a entrada é gratuita.