Tudo começou em 2013, quando Edmar perdeu o gol que daria o acesso à Série C do Brasileiro em um Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, completamente lotado. Há quem discorde, mas na minha opinião é daquele dia em diante que o Metropolitano entra em seu pior momento desde a fundação, em 2002.

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Nada contra o atleta, obviamente, mas o contexto levou o clube blumenauense à estagnação e, como consequência, à perda de patrocinadores e a um buraco negro financeiro. Desde aquele 22 de setembro, o Verdão até teve bons momentos, mas não teve um grande jogo decisivo para chamar de seu.

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Até que chegasse esse fim de semana. Contra o Camboriú, o Metrô tem o segundo jogo mais importante nesses 17 anos de vida. Isso pelo momento que o time vive: recém-rebaixado, recuperando a saúde financeira e à procura do acesso para voltar a ter credibilidade perante investidores. Isso sem contar a proximidade com o próprio torcedor, que nos últimos três anos, pelo menos, ficou desgastada.

Essa Série B está sendo um período diferente, difícil ao clube, mas que ao mesmo tempo melhorou a relação entre o time e os torcedores. Prova disso é a mobilização pelos ingressos antecipados para essa semifinal. Todos os 150 colocados à venda na quarta-feira foram vendidos em pouco mais de uma hora e forçaram a diretoria do Camboriú a liberar uma nova carga com mais 100 entradas.

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Embora trate isso com discrição, o presidente do Metropolitano, Saulo Raitz, tem planos para o time. Justamente por isso aceitou o desafio de tomar frente à equipe por um mandato de três anos. Nenhum presidente quer que o clube que comanda permaneça em uma Série B, esquecido, com pouco investimento, e sem um norte.

Mas colocar em prática esse planejamento depende daquilo que ocorrer no domingo, a partir de 17h50min quando a bola parar de rolar. Se as comemorações forem verdes, a segunda-feira já passa a ser de planejamento para a Copa SC e Campeonato Catarinense. Se a festa for do outro lado, restará ao Metrô uma Copinha cumpridora e um novo período no purgatório.

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Há quem diga que o Metropolitano peca pela sua megalomania. Essa Série B está sendo o momento para o clube colocar o pé no chão, aceitar a realidade, e começar tudo do zero. Passar pelo Camboriú nesse domingo é o primeiro passo para isso. O segredo? Ser corajoso para enfrentar o adversário, tal como no último domingo. Adicione isso a uma boa pitada de maturidade e o acesso se confirmará.

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Esse 2 a 0 que fez no primeiro jogo tem que ser tratado como uma “vantagem”, assim mesmo, entre aspas. Não adianta sentar em cima desse placar e achar que apenas se defender é suficiente. Não é. O Metrô terá que ser inteligente e explorar três atletas: Bruninho, Paulinho e Ari Moura. Como o Camboriú precisará se expor, esse tripé tem condições de puxar contra-ataques que podem mudar o jogo.

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O time terá que ter cautela.

Mas não muito.