A reunião desta quinta-feira à noite definiu que o grupo gestor que quer assumir o comando do Metropolitano deverá apresentar um plano de ação ao Conselho Deliberativo. O encontro dos conselheiros nesta quinta-feira deixou claro que os interesses desses empresários precisam coincidir “com as necessidades imediatas” do clube. Na prática, há uma preocupação para que a parceria não represente possibilidade de ganhos unilaterais, e sim com benefícios também ao Metrô enquanto instituição.

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O tal grupo gestor tem até o fim deste mês para apresentar esses detalhes ao Conselho, que voltará a se reunir em uma reunião extraordinária – a tendência é que seja no início de junho – para definir se essa “concessão” será autorizada, ou não, e como será a transição. Enquanto isso, os dirigentes seguem na negociação e confecção da minuta do contrato.

– O futebol é negócio, entretenimento, lazer e integração social e o futebol em Blumenau e região, não foge a tais preceitos. Infelizmente não estamos conseguindo sensibilizar investidores de que o esporte é um investimento lucrativo a toda a comunidade. Compreendido isto, temos sim que receber, ouvir e analisar com maturidade e com a atualidade das relações esportivas, quem acredita no esporte, no negócio e no que o Metropolitano já representa como clube de futebol – afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Metropolitano, Cesar Deschamps.

A questão clube-empresa

O migração dos clubes de futebol de uma instituição sem fins lucrativos para clubes-empresa é algo tratado por especialistas como algo necessário e que marcará o futuro do esporte. A rejeição de torcedores e dirigentes mais conservadores a esse método de gestão, porém, é o entrave na maioria dos casos.

A mudança transforma a estrutura associativa em uma organização com investimentos, que tem donos e que dividem lucros, tal como em qualquer empresa. A principal diferença é que há um aumento na carga tributária, como por exemplo sob patrocínios. Mas o detalhe importante (e que precisa ficar bem claro) é o seguinte: o negócio só será bom se a administração for competente.

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Relembre

Após o fim do Campeonato Catarinense, a possibilidade da entrega do Metropolitano a um grupo de investidores ganhou força. O clube chegou a negociar com gigantes como o Audax, porém sem sucesso. Conforme uma fonte ligada à diretoria, um pré-acordo já foi definido entre o grupo gestor e os atuais dirigentes, porém há a necessidade da aprovação do Conselho Deliberativo.

Entre outras questões, a minuta do contrato prevê a “concessão” por um período de 10 anos, em que os investidores teriam a obrigação de assumir as dívidas trabalhistas e tributárias (cerca de R$ 1,8 milhão). Por outro lado, esses empresários poderiam explorar a venda de atletas, podendo ficar com, no mínimo, 50% de qualquer transação.