Na última vez em que o ginásio do Sesi esteve tão lotado, não eram atletas que estavam em quadra, e sim cantores. Em vez de a bola pesada rolando para lá e para cá, Leonardo e Eduardo Costa entoavam canções típicas de um sertanejo nostálgico de décadas passadas. O público, em vez de levantar com gols ou cestas, pulava e gritava músicas como Boate Azul e Fio de Cabelo. Nesta sexta-feira, porém, o anoitecer não era de cânticos ligados à fossa do amor, e sim à Liga Nacional de Futsal. O clima era de alegria e de ansiedade para o reencontro de Blumenau com a principal competição da modalidade no país. Em comum com aquela noite fria de cabaré de junho do ano passado, apenas a presença nas arquibancadas.

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Do lado de fora, o movimento era intenso e no estacionamento apenas quem tivesse um carro Smart – sabe, né? – conseguiria estacionar em meio à lotação. Algum desavisado que passasse poderia pensar que se tratava de um jogo do Metropolitano ou do Blumenau Esporte Clube. Mas os refletores apagados no estádio logo descartavam essa possibilidade. Poderia ser um show gospel, ou então um grande artista nacional, mas o som de Despacito ecoando de dentro do complexo esportivo também aniquilava essa ideia – a não ser que Luis Fonsi tivesse aparecido de surpresa na terra do tio Hermann. Mas não. Era dia de futsal e tudo, absolutamente tudo, indicava que eram poucas as coisas que poderiam estragar a festa para o jogo entre Blumenau e Foz Cataratas, pela primeira rodada da Liga Nacional.

Acostumado ao ginásio da AD Hering ou então ao Galegão, o público estava tímido. Como o genro nos primeiros dias da casa da sogra, demorou um tempo até começar a se soltar e entender que, naquele lugar, ele poderia ter certas liberdades – cantar, gritar e incentivar os donos da casa, por exemplo. Foi só da metade do primeiro tempo em diante, embalada pela intensidade de Blumenau em quadra, que a torcida percebeu que poderia – e deveria – jogar junto. E se minutos antes poderia se ouvir uma agulha caindo no chão, naquele momento o público decidiu transformar o Sesi em um caldeirão. E foi nesse embalo de sexta-feira que Libânio marcou seu primeiro gol com a camisa blumenauense e abriu o placar ainda na primeira etapa.

Nos 20 minutos finais, os donos da casa bem que tentaram manter o resultado, mas martelando sem parar desde que a bola voltou a rolar, os paranaenses furaram a pedra dura e confirmaram o empate. Chance de um lado, chance de outro, ninguém conseguiu tirar o 1 a 1 do placar, mas uma lição ficou clara para Blumenau: nenhum orçamento reduzido é capaz de interferir dentro de quadra, onde o que manda é o cinco contra cinco. Aos 1,5 mil presentes no Sesi, a primeira impressão foi positiva. Resta saber como o time vai se comportar na primeira prova de fogo na Liga, que é o desafio contra o Magnus, de Sorocaba (SP), sexta-feira que vem, também às 20h15min.

Foto | Sidnei Batista

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