A desembargadora Rosane Portela Wolff deu novo contorno ao que se esperava do Tribunal de Impeachment dos respiradores. Com o voto dela pelo afastamento do governador Carlos Moisés da Silva do cargo, muda o clima que antes era favorável ao chefe do Executivo. Moisés tinha um cenário que indicava para a sua absolvição, mas a relatora deu um banho de água fria nesse quadro.
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Moisés enfrenta novo impeachment com cenários mais favoráveis nos campos político e jurídico
O favoritismo do governador que se desenhava nos bastidores fica ameaçado. Rosane Wolff fez um voto embasado na diferença entre os relatórios de órgãos de controle que inocentam Moisés de irregularidades da compra dos respiradores e a análise de crime de responsabilidade. Para ela, são coisas separadas. Por isso a decisão de votar pela admissibilidade da denúncia, que gera o afastamento de Moisés por até 120 dias, se ela foi seguida por meioria simples.
O segundo voto é da desembargadora Sônia Maria Schmitz. Logo no começo da fala, a magistrada também citou a diferença entre as apurações criminais e a que é feita dentro do processo de impeachment.
Caso Moisés saio perdendo de 2 a 0 entre os desembargadores, precisará ainda mais dos cinco votos dos deputados para que a decisão final seja do presidente do Tribunal do Julgamento, o desembargador Ricardo Roesler.
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Nessas primeiras horas, o que fica claro é que o entorno de Moisés, bastante preocupado nos últimos dias, apesar do tom de otimismo, sabia dos riscos do julgamento. Por enquanto, o banho de água fria da relatora é que chama a atenção e dá o tom deste começo de votação.