Preso na operação Mensageiro desde a metade de fevereiro, o vice-prefeito de Tubarão, Caio Tokarski (União Brasil), foi alvo de um posicionamento duro da desembargadora Cinthia Bittencourt Schaefer, relatora do caso no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC). Ao votar contra a liberdade dele, a magistrada registrou supostos episódios recentes envolvendo o político. Ela diz, em trecho do posicionamento, que Tokarski “possa ter tentado fabricar factóides” para buscar a soltura.

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Operação Mensageiro: Primeiro prefeito depõe na Justiça nesta terça-feira

A desembargadora relata que “causa surpresa, o ofício recentemente recebido, com informação de que o preso preventivo desta operação (Caio Tokarkski) estaria com autorização legal para trabalho em um local que haviam computadores com acesso à internet e telefone”.

Ela segue: “Parece muito, mas há mais. Recentemente, Caio Cesar Tokarski, em tese, tomou elevada quantidade de paracetamol na cela especial em que se encontrava, sendo encaminhado por precaução ao Hospital. Lá, o agente público preso preventivamente, segundo policiais penais, teria simulado quedas, exigido a presença de delegados, advogados, telefone, dentre outras coisas, o que evidencia indícios de que o requerente, por seu alto poder estatal, possa ter tentado fabricar factóides para buscar afastar sua segregação cautelar”.

A desembargadora complementa a informação a afirmar que o prontuário médico do vice-prefeito não apresentava a existência de lesão ou hematoma. Além disso, ela afirma que “existem indícios de desacato e resistência por parte do preso preventivo em face de policiais penais de Itajaí, com indícios de provocação em face dos mesmos, dizendo para estes que deveriam até mesmo ‘bater nele'”.

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Na sequência do despacho, a desembargadora defende a operação, como registrado pela coluna na última sexta-feira (26): “Nesse ponto, é necessário frisar que os agentes públicos que trabalham no âmbito da Operação Mensageiro, pelo que se tem conhecimento, são dos mais profissionais possíveis”.

A coluna procurou a defesa de Tokarski. O advogado dele, Pedro Walikoski Carvalho, diz que não pode se manifestar sobre as afirmações da desembargadora até que se apure o que realmente ocorreu nos casos citados. O vice-prefeito estava detido em Itajaí, mas foi transferido para a penitenciária de Criciúma.

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