O bode entrou na sala, e não é qualquer bode. Principal defensora do projeto de bolsas do governo Jorginho, a Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe) está insatisfeita. Nos bastidores, a entidade reage a possíveis mudanças na proposta que cria o Universidade Gratuita enviada à Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). O principal motivo é o clima que se criou entre os deputados para o aumento de repasse de bolsas das universidades privadas, que não fazem parte da Acafe. O projeto do governo prevê uma subida de 10% a 20%. Porém, os parlamentares discutem jogar para 40%, o que é repudiado pela Acafe também pela falta de contrapartidas a serem colocadas para as privadas.

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Universidade Gratuita tem resistência de instituições privadas e servidores da Udesc

A presidente da Acafe e reitora da Unesc, Luciane Ceretta, foi para as redes sociais reclamar de forma indireta. Ela citou o trecho da Constituição que trata do repasse de recursos públicos para instituições privadas. O entendimento dos reitores da Acafe é que o aumento nos valores, como preveem os deputados, é inconstitucional. Assim, eles cogitam judicializar o projeto. O mesmo projeto que antes era defendido com unhas e dentes por eles.

Nos bastidores, uma das reclamações dos reitores é a falta de um posicionamento do governo para defender a proposta original. As privadas, por sua vez, pressionam justamente para conseguir um aumento nas bolsas. Protestos na Alesc e conversas com os deputados fazem parte da estratégia que ganhou força desde que o projeto aportou na Assembleia.

Assim, a tendência é de vida agitada para o Universidade Gratuita nas próximas semanas. Caso realmente a Acafe judicialize a discussão, o governo terá contra si uma peça importante nas discussões. Dentro do próprio Executivo há quem defenda a aprovação do texto sem mudanças, mas há um lado que aceitar alterações feitas pelos deputados.

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De uma ou outra forma, o ponto central é a discussão sobre os recursos. Para onde vão? Quem vai ficar com a maior fatia? Os deputados é quem vão decidir, mas Jorginho Mello é quem dará a bênção final.

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