Na próxima quinta-feira (25) completa-se um ano da conclusão do inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a operação Ouvidos Moucos. Desde então, o relatório está no Ministério Público Federal (MPF), que ainda não apresentou denúncia no caso. Em setembro, a ação da PF que investigou supostos desvios de verbas em cursos de educação a distância (EaD) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), completa dois anos. O ex-reitor, Luiz Carlos Cancellier, foi preso na operação e cometeu suicídio menos de um mês depois.

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O inquérito da PF apontou em 817 páginas 23 indiciados, entre eles oito professores da instituição. Escutas telefônicas, extratos e transações bancárias, comprovantes, planilhas administrativas, notas fiscais e e-mails compõem boa parte do documento. Segundo a PF, parte dos indiciados teria destinado verbas de bolsas para complementar os próprios salários ou para terceiros, sem terem prestado os devidos serviços.

A investigação revelou que fundações de apoio teriam contratado serviços de forma irregular, com dinheiro público. Concluído, o inquérito não é claro sobre o valor total que teria sido desviado dos cofres públicos. Diz apenas que uma parte das investigações apontou que o total de valores indevidamente aplicados teria sido de quase R$ 3,27 milhões.

Cencellier não foi indiciado pela extinção de punibilidade com sua morte, mas ele é citado no inquérito para “demonstrar seu envolvimento com os fatos investigados", diz a PF no documento.

Sem manifestação

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O procurador André Bertuol, que está analisando o inquérito da Ouvidos Moucos no MPF, informou via assessoria de imprensa que ainda não terminou o trabalho. Antes da conclusão, ele não se manifestará sobre o caso.