Os desembargadores da 4 Seção do TRF4 rejeitaram há pouco a denúncia contra o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, na operação Chabu. A decisão foi por unanimidade. Ainda de acordo com a determinação, a denúncia envolvendo os outros cinco investigados vai ser enviado para a primeira instância, na Justiça Federal de Florianópolis.
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O caso estava no TRF4 justamente pela presença de Gean na investigação por conta do foro privilegiado do prefeito da Capital: “o tribunal não mais ostenta competência para aferir a viabilidade de imputação em desfavor dos demais denunciados, motivo pelo qual os autos deverão ser remetidos ao juízo local competente”.
Para arquivar a denúncia contra Gean, o desembargador Leandro Paulsen, relator do caso no TRF4, entendeu que: “Assim, os fatos imputados ao Prefeito, na forma em que delineados, não se prestam a demonstrar indício de autoria no crime de organização criminosa e, sendo assim, a denúncia não pode ser recebida contra ele, por ausência de justa causa a respaldar o processamento da ação penal (CPP, artigo 395, inciso III)”.
O magistrado entendeu que os fatos atribuídos ao prefeito “não permitem um mínimo juízo de estabilidade e de permanência no agir imputado” a Gean. Paulsen diz que os indicativos não apontam “qual seria a usual tarefa de Gean na hierarquia criminosa, tampouco qual a ilicitude dos “atos’ por ele praticados. Não denotam mínima motivação do agir visando a um resultado ilícito, de qualquer natureza”, escreveu.
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O prefeito Gean Loureiro se manifestou sobre a decisão:
“Hoje, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu não aceitar a denúncia contra mim na Operação Chabu. Me inocentou antes mesmo de um julgamento. Chega ao fim um pesadelo que já durava um ano.
Há exatamente doze meses, eu e minha família fomos acordados na madrugada, fui tirado de casa e afastado do cargo de prefeito por, supostamente, manter uma sala secreta na prefeitura e receber informações sigilosas de contraespionagem sobre operações da polícia.
Ao longo desse periodo, a Polícia Federal pode comprovar que não havia nenhuma sala secreta em meu gabinete, e que tampouco recebi qualquer informação secreta.
Impossível esquecer o apoio e a força que recebi desde o primeiro minuto. Foram milhares de mensagens de confiança vindas desde amigos queridos até de pessoas que nunca havia encontrado antes. A todos vocês, muito obrigado por acreditarem em mim, na minha palavra. Podemos não nos conhecer ainda, mas jamais esquecerei seu gesto.
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Algumas poucas pessoas, com interesses políticos, me atacaram muito durante esses meses, a mim e à minha família. A eles, de coração, não desejo mal algum, pois, só podemos dar aquilo que temos dentro de nós. E eu não guardo o mal e nem rancor.
O que me importa, hoje, é poder dizer que a justiça foi feita, comigo e com Florianópolis. Porque isso tudo também machucou a nossa cidade. Mas o mundo gira, e a justiça sempre chega. Depois de uma tempestade sempre chega o sol.
Hoje a verdade foi restabelecida. Continuo acreditando, ainda mais, nas instituições, na Polícia Federal, Ministério Público, Poder Judiciário e, principalmente, na Justiça. E preciso registrar a competência e profissionalismo dos meus advogados Diogo Ptsica e Mauricio Natal Spilera, que fizeram uma grande defesa e sofreram comigo. Confesso que foram meses de muita dor, mas que me fizeram crescer mais como pessoa, como pai, filho, marido e como prefeito.
Quando fazemos as coisas certas, Deus está sempre do nosso lado. Vocês acreditaram em mim. E aqui está a prova, a decisão do Tribunal. Eu lhes devia isso. Já tirei quatro cópias dessa decisão, vou colocar num envelope e entregar a cada uma de minhas filhas. E pedir desculpas a elas, por terem que enfrentar tudo isso que aconteceu. Vou dizer a elas que hoje, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o mesmo que julga casos tão importantes como a Lava Jato, decidiu não aceitar a denúncia contra mim. O pai delas é inocente.”
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Gean Loureiro – Prefeito de Florianópolis