Somos, tipicamente, reativos. A sociedade brasileira não dá bola para manutenção e prevenção. Somente abre os olhos para isso quando há acidentes ou efeitos climáticos com estragos materiais e perdas de vidas. Mas sempre há tempo para invetermos a lógica. Santa Catarina, neste caso, tem um potencial enorme para fazer diferente o enfrentamento aos fenômenomos naturais. Em um ano foram dois tornados e um ciclone-bomba. Nos capacitamos melhor do que os demais Estados para monitorar e reagir. Agora precisamos avançar.

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Vídeo mostra tornado que atingiu oficina em Campos Novos; veja imagens

Chegou o momento de discutir a educação das pessoas e o papel dos órgãos do Estado e dos municipais no repasse da informação aos catarinenses. De nada adianta ter o alerta em mãos se ele chega de forma ineficiente aos moradores das regiões atingidas. Dados da própria Defesa Civil mostram que apenas 7% da população está cadastrada ao sistema de SMS para avisos climáticos. Há que se encontrar alternativas mais efetivas.

Para além disso, há outro desafio também enorme: a melhora das estruturas físicas e de subsistência. No tornado mais recente, no Meio-Oeste catarinense, foram quatro dias até o restabelecimento de serviços de água e luz em alguns municípios. Houve também prejuízos altos em casas, empresas e indústrias. O Estado precisa discutir formas de oferecer pelo menos às famílias mais carentes um reforço estrutural nas residências. Isso evitar prejuízos e até danos físicos.

Tornado do Oeste mostra que Santa Catarina precisa avançar nos alertas

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Com a estrutura tecnológica de ponta para monitoramento meteorológico, vencemos uma etapa importante. Temos agora o desafio de aperfeiçoar o enfrentamento para que os fenômenos tragam menos prejuízos e vidas possam ser salvas.

Responsabilidade compartilhada

Houve muita cobrança sobre a Celesc em relação à falta de luz no Meio-Oeste catarinense pelo tornado em Campos Novos. A discussão, no entanto, precisa ser ampliada. A rede atingida pertende a Evoltz, uma empresa privada com contrato junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a transmissão de energia.

A Celesc, por sua vez, faz distribuição. Com a queda de torres, o sistema ficou vulnerável e com baixa capacidade de envio de energia elétrica. Por isso que a discussão sobre reforço nas estruturas de luz também precisa envolver a Aneel e o governo federal.

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