Depois de 10 meses como secretário de Segurança de Santa Catarina, Alceu de Oliveira Pinto Junior assume hoje, às 9h, o comando da secretaria da mesma área em Florianópolis. Ele deixou a pasta estadual por preferência do novo governador, que optou por um colegiado superior para comandar a área.

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Agora, foi escolhido por Gean Loureiro para administrar a segurança da Capital pelos próximos dois anos do seu mandato. Em entrevista à coluna, Alceu revelou as prioridades estabelecidas, como a aplicação da Lei Seca e a presença da Guarda Municipal nos bairros. Leia abaixo:

 

Qual foi o principal pedido do prefeito Gean Loureiro?

Alceu de Oliveira Pinto Júnior – Trabalhar muito em prevenção e integração. Abordar a questão da segurança com educação, cultura, esporte e assistência social. Temos muito claro que o combate ao crime se fazer de várias formas. Tem o papel das polícias e do IGP e um papel da prefeitura, que é de estar mais próxima onde ocorre a insegurança. Precisamos dar um novo gás, se integrando com outros órgãos. Essa experiência que tive no Estado ajuda muito nisso, para colocar a segurança nas escolas, um dos principais pedidos. Isso sem descuidar do trânsito e da mobilidade urbana. E isso não se resolve só com uma secretaria, o tema é mais complexo. E isso pode ser feito através do auxílio da Guarda Municipal, não só com controle, mas com facilitação do trânsito.

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Há poucas ações de Lei Seca na cidade…

Alceu de Oliveira – O prefeito nos pediu para sermos duros com a Lei Seca. A Guarda atuará em diferentes ações, desde campanhas educativas até a fiscalização. Temos que ser muito duros com a Lei Seca.

 

A população reclama que a Guarda Municipal fica muito na área central e vai pouco aos bairros. Como mudar esse cenário?

Alceu de Oliveira – Foi um dos pedidos do Gean. Ele quer a Guarda Municipal nos bairros. A presença já ajuda, com atuação no Sul da Ilha, por exemplo, onde também há problemas de trânsito. Faremos essa atuação não só na Ilha, mas também no Continente.

 

A Capital tem diferentes comunidades vulneráveis, onde há problemas de tráfico de drogas. Qual será sua estratégia para estes locais?

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Alceu de Oliveira – Na SSP a gente tinha um programa que se chamava 80/20. Tradicionalmente, 80% das ações de segurança é com ação policial para controle e os outros 20% com assistência social e projetos. Não é do dia para a noite, mas queremos mudar isso para 80% de assistência e os 20% necessários para o controle. A experiência na secretaria me dá a oportunidade de continuar esse trabalho, só que setorizado na Capital. Há o trabalho da PM de presença nas comunidades, e agora a presença da prefeitura nas escolas, creches, com sistema de prevenção e capacitação. O papel da Guarda nesse sentido é muito interessante, de se aproximar da comunidade e mostra a presença. Significa a gente ver a prefeitura naquele local.  Será primordial a integração com outras secretarias para oferecer oportunidades.

 

Há previsão sobre aumento de efetivo da Guarda?

Alceu de Oliveira – Começamos a conversar sobre o efetivo. O prefeito tem uma sobra de concurso que é possível chamar. Será possível ver se cabe no orçamento, vai depender do planejamento.

 

Qual deve ser o papel da Guarda na sua visão: aproximação com a comunidade ou trânsito?

Alceu de Oliveira – Mais aproximação com a comunidade, sem esquecer do trânsito. Não se pode desprezar o papel do trânsito. Mas a Guarda tem figura fundamental e tem que trabalhar perto da comunidade sem deixar de organizar o trânsito da cidade. O Gean me disse: “Quero a Guarda nos bairros e praças”.

 

A região central sofre com furtos e roubos, principalmente à noite. Como combatê-los?

Alceu de Oliveira – Faremos uma atuação integrada com as polícias. Já conversei com o delegado-geral, Paulo Koerich, e o comandante-geral, Araújo Gomes, e eles me deixaram as portas muito abertas. Todo o colegiado se colocou à disposição. Tínhamos um planejamento na secretaria que previa a integração com os municípios. Agora consigo fazer dentro da prefeitura.

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O comando da Guarda será mantido?

Alceu de Oliveira – Ainda não defini. Quero saber mais do dia a dia. Fiz um levantamento com a Maryanne (atual secretária e chefe da Guarda). Na segunda vamos conversar com as pessoas para entender melhor o funcionamento diário. Faremos um planejamento de longo prazo.

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