Os governadores de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e de Santa Catarina, Jorginho Mello, estavam na mesma estrada. Os dois caminhavam juntos, amparados pelo bolsonarismo. Neste primeiro semestre da gestão de ambos nos governos estaduais, a dupla mostrava afinidade nas vezes em que se encontrava. No entanto, apareceu a encruzilhada da Reforma Tributária, que os separou politicamente. As escolhas de ambos os colocam e caminhos distintos a partir de agora.
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O governador de São Paulo preferiu caminhar com pernas próprias. Ao apoiar a Reforma, Tarcísio apareceu ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e foi criticado por bolsonaristas. Publicamente, mais de uma vez, o ex-ministro do governo Bolsonaro fez elogios aos projetos apoiados também pelo governo Lula. Assim, afastou-se do reduto bolsonarista e passou a ser visto com um adversário político, já que Tarcísio começa a se tornar um nome de destaque na direita.
Já Jorginho preferiu seguir o caminho desenhado por Bolsonaro. Apesar da defesa de que a atual Reforma Tributária não é a ideal, o governador catarinense age para não se afastar politicamente do ex-presidente da República. Tanto é que Jorginho vinha com um discurso sobre a Reforma nos últimos dias, mas se colocou radicalmente contrário ao texto analisado no Congresso Nacional com o posicionamento de Bolsonaro também no mesmo sentido.
Politicamente, não será a curto prazo que o impacto da decisão dos dois governadores será medido. No entanto, Jorginho preferiu evitar o distanciamento que o ex-governador Carlos Moisés da Silva optou após ser eleito na onda bolsonarista. A escolha de Moisés é apontada como um dos principais motivos para o insucesso do ex-governador na tentativa de reeleição.
Assim, Jorginho segue o caminho do bolsonarismo porque recebeu 70% dos votos da onda no Estado. Um distanciamento, neste momento, o colocaria no olho do furacão. Então, mesmo que as principais entidades civis organizadas catarinenses tenham comemorado a aprovação da Reforma, Jorginho segue com críticas porque preferiu o caminho político de Bolsonaro.
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