A secretaria de Saúde de Santa Catarina emitiu nesta segunda-feira (15) a notificação para rescisão de contrato com a Veigamed pela compra de 200 respiradores que tornou-se algo de investigação após divulgação de irregularidades pelo site The Intercept Brasil, no final de abril. Ao todo, deveriam ter sido entregues 200 equipamentos, mas 50 chegaram ao Estado e ainda foram considerados ilegais pela Receita Federal. Ao todo, SC pagou R$ 33 milhões de forma antecipada pelos materiais.

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A empresa agora tem cinco dias para se manifestar sobre a decisão assinada pelo atual Superintendente de Gestão Administrativa da pasta, Luciano Jorge Konescki. Após a manifestação é que a rescisão pode ser oficialmente confirmada.

O ato segue um parecer da Diretoria de Licitações e Contratos da secretaria, assinado pelo assessor jurídico Carlos Roberto Costa Junior. Além disso, três ofícios da Controladoria Geral do Estado (CGE) são citados no ofício enviado à Veigamed. Por fim, o documento cita “a determinação do Senhor Secretário da Saúde”.

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No parecer do assessor jurídico, de 2 de junho, ele alerta que diante da gravida da situação a secretaria de Administração deve ser comunicada para que adote procedimento de penalidade de idoneidade.

Rescisão gera polêmica

O presidente da comissão que acompanha os gastos do Estado com a pandemia do coronavírus na Assembleia Legislativa (Alesc), Marcos Vieira (PSDB), criticou a decisão do Estado de romper o contrato com a Veigamed. Segundo ele, o vínculo seria uma garantia ao poder público para futuras ações judiciais de cobrança, por exemplo.

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) emitiu uma nota em que contraria a avaliação do parlamentar. O texto diz: “do ponto de vista estritamente técnico-jurídico, o reconhecimento da invalidade do contrato, mediante rescisão, constitui um caminho natural, inevitável e necessário para que se ultimem providências de reparação”.