A quantidade de profissionais da saúde vinculados ao governo de Santa Catarina que se vacinaram contra a Covid-19 é um mistério. Sem um controle interno, a secretaria de Saúde não tem os dados sobre quais servidores públicos da pasta estão imunizados. A informação é da própria Gerência de Normatização de Gestão de Pessoas da unidade, que respondeu a um pedido de informação feito via Ouvidoria do Estado pelo colega da NSC TV Dener Alano.
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O posicionamento oficial enviado através da Lei de Acesso à Informação diz: “Informamos que esta Gerência de Gestão de Pessoas não tem essa (sic) dado, uma vez que esse tipo de controle não foi institucionalizado no âmbito da SES”. Por conta disso, a coluna procurou também a assessoria de imprensa da secretaria. A resposta inicial foi de que os municípios é que fariam esse controle.
No entanto, a coluna questionou o caso da segurança pública, onde a aplicação das vacinas também ocorre nos municípios, mas mesmo assim as corporações como a Polícia Militar e a Polícia Civil, mantêm os dados atualizados. Como resposta, a assessoria disse que teria o controle dos vacinados, o que acabou não se confirmando na nota oficial enviada na manhã desta sexta-feira (5).
Pela nota da SES, há um controle geral em Santa Catarina de quantos trabalhadores da saúde se vacinaram. Ao todo, foram 788.874 que receberam ao menos uma dose e 623.659 com a imunização completa. A resposta da secretaria, contudo, não diz quantos servidores do Estado da área da saúde estão imunes contra a Covid-19, o que comprova a falta de um controle interno sobre a aplicação da vacina. Dentro do quesito “trabalhadores da saúde” se enquadram diferentes tipos de profissional, inclusive do setor privado.
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O tamanho do problema
Pelo portal da Trânsparência do Estado, são 12.678 servidores ativos na área da Saúde em Santa Catarina. Desses, 1.355 médicos, 773 enfermeiros e 2.118 técnicos de enfermagem. Como eles atuam na linha de frente contra a pandemia da Covid-19, seria essencial que o governo mantivesse os dados claros sobre quem se vacinou ou não.
Além da questão pessoal e dos riscos que os próprios profissionais correm, há também os efeitos para a população. Sem saber quem se vacinou, a secretaria não consegue afastar os servidores da linha de frente do atendimento direto às pessoas.
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