Após a Federação das Associações Empresarias de Santa Catarina (Facisc) divulgar um estudo sobre a produção agrícola catarinense em 2024, a secretaria de Agricultura e Pecuária (SAPE) rebateu a conclusão da entidade. A Facisc afirmou que, no ano passado, houve uma queda no valor de produção de boa parte dos produtos do agro do Estado na comparação com 2023. A secretaria, porém, afirma que a safra de grãos 2024/2025 teve crescimento de 20,7% no volume total produzido.

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De acordo com Observatório Agro Catarinense, o estado colheu 7,85 milhões de toneladas de grãos neste ciclo, frente a 6,5 milhões de toneladas na safra anterior. Todos os principais produtos apresentaram alta na produção, arroz (+12,2%), feijão (+14,1%), milho (+24,7%), soja (+19,1%) e trigo (+40,5%). No milho, por exemplo, mesmo com a redução da área plantada de 322.241 hectares (2023) para 290.433 hectares (2024), a produção cresceu de 2,17 milhões para 2,71 milhões de toneladas, evidenciando ganhos expressivos de produtividade que se ampliaram na safra atual, conforme os números analisados pela Epagri/Cepa.

A soja também manteve tendência de alta, segundo o órgão. A área plantada passou de 811 mil hectares em 2023 para 829 mil hectares em 2024, com crescimento de produção de 2,74 milhões para 3,27 milhões de toneladas. Esse desempenho foi consolidado na safra 2024/2025, com mais uma elevação de 19,1% na produção total.

Veja fotos da produção agrícola de SC

Na horticultura, destaca-se a produção de cebola, em que Santa Catarina mantém a liderança nacional na produção. A Facisc, porém, aponta que o Estado perdeu a liderança no valor de produção. Na prática, SC produz mais, mas o preço caiu por conta da alta quantidade de oferta interna e externa.

De acordo com o analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri/Cepa, Luiz Toresan, esse conjunto de dados demonstra que os bons resultados da safra 2024/2025 são a continuidade de uma tendência de fortalecimento da agricultura catarinense iniciada nos ciclos anteriores, impulsionada por tecnologia, gestão eficiente e clima favorável.

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– Ainda assim, o cenário de preços segue como desafio para os produtores, diante da maior oferta interna e externa, que pressiona o mercado – salienta o analista.

Toresan explica que, no caso da cebola, os produtores catarinenses receberam na última safra menos da metade dos preços que obtiveram na safra anterior. “Apesar de a safra de Santa Catarina ter sido de ótima qualidade, o momento da comercialização derrubou os preços aqui para níveis de 48% menores que os recebidos na Bahia, o segundo maior produtor nacional, no respectivo período de sua comercialização”, aponta o analista.