A crise de saúde pública em Santa Catarina se agravou nas últimas 24 horas. Os catarinenses passaram a enxergar uma realidade jamais vista no Estado. Entre a quarta-feira, 24 de fevereiro, e a quinta-feira, 25, episódios graves marcam a entrada de SC no cenário de colapso por falta de leitos de UTI e os alertas para a contenção de medicamentos e insumos usados no tratamento da Covid-19.
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A realidade catarinense atual passa por médicos extremamente cansados, agora submetidos a uma dura realidade: a escolha por pacientes que vão ser internados e aqueles que precisam esperar ainda mais por um leito de UTI. Esse foi o relato do médico intensivista do HU, em Florianópolis, Rafael Lisboa. E assim o cenário se espalha para as demais regiões, principalmente no Oeste, onde dezenas de pessoas esperam por um leito de terapia intensiva, artigo raro em SC.
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Vem do Oeste, aliás, um dos apelos mais marcantes destas últimas 24 horas. O prefeito de Xanxerê, Oscar Martarello, chorou durante coletiva de imprensa ao pedir socorro às demais autoridades. O vídeo completo da entrevista, em que outros representantes da cidade também fala, está disponível aqui no NSC Total. Os relatos fortes exemplificam a realidade do Oeste nos últimos dias.
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Na manhã desta quinta-feira, aquilo que se percebia em Xanxerê e região passou a ser número nas demais partes de SC. A fila de espera por leitos adultos de Covid-19 passou a ficar ainda maior. Eram pelo menos 50 pessoas dentro do sistema de regulação estadual na metade da manhã. A tendência, entretanto, é que o número seja ainda maior pela presença de pessoas em UPAs que não entram no cálculo da regulação.
Os episódios acima resumem o que foi declarado pelo secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, conforme contou o colega Renato Igor: estamos entrando no colapso. Na prática, já chegamos a ele com a falta de terapia intensiva para quem estiver precisando no Estado com risco de que mais médicos tenham que escolher aqueles que serão entubados entre os que mais precisam.
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O momento pede autoridade, seja dos prefeitos ou de governadores. O que se espera é que mais nenhum prefeito precise chorar pelo que aconteceu. E, acima de tudo, que mais nenhum familiar precise derrubar lágrimas pelo desespero da falta de leitos de UTI ou pela perda de um ente querido.
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