O presidente da República, Jair Bolsonaro, teve em Santa Catarina a maior porcentagem de votação entre os Estados brasileiros no primeiro turno de 2018. Mesmo assim, os catarinenses ainda não viram o prestígio concedido retornar em grandes entregas. Aliás, os cortes no orçamento que retiram dinheiro de obras das rodovias federais, vão no sentido contrário.
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SC perde R$ 152 milhões com vetos de Bolsonaro no orçamento; veja impacto por área
O colega Renato Igor trouxe a informação de que SC perderá R$ 152 milhões com as reduções de investimento. Obras importantes como a duplicação da BR-470, vão ficar sem fôlego. Até mesmo a obra da BR-163, recém-iniciada, também terá corte nos valores previstos inicialmente. O governador afastado, Carlos Moisés da Silva, ofertou recursos milionários para a conclusão de obras federais em forma de ajuda. Mesmo assim, o retorno para o Estado foi um corte forte nas previsões orçamentárias.
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SC precisa ter mais protagonismo não apenas em fotos de redes sociais entre aliados de Bolsonaro e o presidente. E a bancada federal tem papel fundamental nisso. Ainda pouco se ouve falar de uma reação dos deputados e senadores à decisão do governo federal em reduzir o orçamento das estradas catarinenses.
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Bolsonaro veio ao Estado pelo menos sete vezes em pouco mais de dois anos. Em duas delas foi em férias. Em outras duas para participar de eventos como encontro de Gideões e formatura da PRF, sem anúncios.
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Somam-se também visitas como um sobrevoo a Governador Celso Ramos, atingida pelo ciclone-bomba, sem promessa de valores para a recuperação da cidade; uma ida a Chapecó recentemente para falar sobre a pandemia; e a entrega de carros para a assistência social com recursos de emendas parlamentares da bancada catarinense. Falta entrega.
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Uma prova de que SC continua preterida é o edital de concessão do Bloco Sul de aeroportos, que teve a CCR como vencedora no começo de abril. O aeroporto de Navegantes foi preterido entre os oito terminais concedidos. A economia local esperava por uma nova pista, mas ela não foi contemplada no edital.
Dentro da infraestrutura, somente o leilão da BR-101 Sul, que teve o processo iniciado antes mesmo de Bolsonaro assumir, foi um avanço. Há também recursos pontuais para outras áreas, mas nada que chame a atenção a ponto de corresponder o forte apoio catarinense nas urnas.
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O que se espera não é preferência aos catarinenses em detrimento dos demais Estados, mas tamanho foi o apoio dado que é inevitável que não se espere por mais obras, por mais entregas. Por isso que os aliados políticos do Bolsonaro precisam agir. SC está cansada de ficar no fim da fila. E não falo aqui dos repasses obrigatórios da União, previstos em lei. Nem a ajuda durante a pandemia, que deveria ser básica. Mas trata-se de fazer o justo por quem envia alta quantidade de recursos aos cofres federais e precisa suplicar por investimentos há anos.
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