Os números de mortos e as perdas que o Rio Grande do Sul vêm sofrendo nos últimos dias fazem o catarinense relembrar alguns dos piores dias da história de Santa Catarina. Em 2008, quando o Vale do Itajaí teve recorde de chuvas e destruição, foram 19 mortos e milhares de desabrigados, o Estado tirou a lição de que precisava se preparar melhor para enfrentar as condições climáticas. Desde então, nos últimos 15 anos, SC equipou-se, treinou comunidades e fortaleceu-se nas estruturas de enfrentamento. É por isso que, apesar de ainda precisar evoluir em alguns pontos, as autoridades catarinenses têm muito a ajudar o Rio Grande do Sul daqui para frente.
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Número de mortes no RS chega a 41 após ciclone e outras 25 pessoas seguem desaparecidas
Uma das principais discussões que se abriu nestes primeiros dias pós-enxurradas no Rio Grande do Sul foi a estrutura gaúcha para monitoramento e prevenção. Neste ponto, SC está bastante avançada. O episódio de 2008 fez o Estado dar um salto considerável e se tornar a região do país com melhor condições de acompanhamento do clima. Ainda há muito a se avançar na questão dos alertas e da reação das pessoas, algo que no RS também ficou de lição.
Entretanto, as autoridades catarinenses precisam levar às autoridades gaúchas dicas e orientações sobre como evoluir daqui para frente. Pelo que se viu nesta semana, o apoio de SC dado em resgate e atenção às vítimas já mostra o quanto evoluímos no Estado em situações como a que diversas cidades do RS estão vivendo. Os trabalhos de resgate catarinenses passaram a se tornar referência também após 2008, tanto que foram solicitados pelo RS nesta semana.
Certamente, as cidades gaúchas vão passar pelo mesmo processo a partir de 2023 que as cidades catarinenses tiveram nos últimos 15 anos. Será, infelizmente, a partir da dor que o Estado vizinho terá uma evolução considerável em monitoramento e enfrentamento de situações de risco. Neste processo, SC será fundamental.
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O compartilhamento de informações entre os dois Estados vai ajudar a salvar vidas e a evitar que cenas triste de perdas humanas se repitam. Com as condições climáticas cada vez mais severas, não haverá como fugir de enxurradas, tornados, ventos e outros fenômenos, mas há como se prevenir para que evitem mortes e grandes perdas materiais.