Nos últimos três meses, trabalhadores foram resgatados em situação de escravidão em Santa Catarina. Os casos ocorreram na produção de cebola em Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí. Crime com pena de até oito anos de prisão, a prática precisa ser encarada de frente pelas autoridades e entidades civis organizadas. As denúncias dos trabalhadores resgatadas são graves. No registro mais recente, o Ministério da Economia afirma que se configura um esquema de tráfico de pessoas.
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Operação flagra trabalho escravo em plantação de cebola em SC
Os trabalhadores são atraídos por carros de som em outros Estados para receberem dinheiro no trabalho da produção de cebola. Ao chegarem em SC, porém, encontram condições degradantes. Após quase uma semana de deslocamento e endividados pelos gastos da viagem, os trabalhadores eram informados que a carteira de trabalho não seria assinada e que os gastos com alimentação seriam igualmente descontados dos salários. Vivendo em barracos, passavam os dias na lavoura para pagar dívidas que só aumentavam, segundo reportagem do NSC Total.
Denúncias de trabalho escravo em SC expõem até tráfico de pessoas e números crescem
As denúncias e flagrantes são graves e não correspondem com o cenário de um Estado conhecido pela forte economia. Por isso é que Santa Catarina precisa reagir e punir quem pratica estes atos dignos de repulsa. E esse movimento tem que envolver não somente os órgãos fiscalizadores e públicos. A união tem que somar entidades organizadas dos setores produtivos para ajudar no combate ao trabalho escravo. Além disso, a fiscalização precisa continuar intensa.
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Apesar de os casos mais recentes terem sido registrados no Alto Vale durante o plantio de cebola, registros ocorreram em outras partes de SC nos últimos anos. Uma demonstração de que o problema necessita de um enfrentamento coletivo urgente para resposta e controle deste crime.