O que ocorreu na Arena Joinville, na noite desta quarta-feira (20), no jogo entre Brusque e Avaí, é o resumo de relação entre Santa Catarina e o futebol. Jogos tornaram-se um palco livre de pancadaria com histórico de mortos e feridos. Basta recuperar a história recente do esporte no Estado para que se chegue à conclusão do quanto há leniência para se resolver um problema gravíssimo. Por outro lado, enquanto nada ocorre, torcedores se sentem à vontade para entrar dentro do gramado de um estádio da maior cidade catarinense para brigar.
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Brusque vence o Avaí e sai na frente pela vaga na final do Campeonato Catarinense
Mas, esperar o que de um Estado onde um torcedor idoso perdeu a mão quando assistia o próprio time em Criciúma, em 2008? Ou de um lugar onde um jovem torcedor do Avaí voltava de um jogo no Paraná quando foi morto por uma pedra arremessada por integrantes de uma torcida organizada rival? E mais: esperar o que de SC no quesito futebol quando se é palco de um jogo entre times da Série A, como foi em 2013 entre Vasco e Athletico, e as torcidas tornam as arquibancadas um palco de briga generalizada?
A pancadaria desta quarta-feira, definitivamente, escancara o quanto o Estado não consegue resolver a violência entre as torcidas. Falta, e falta muita disposição de partes fundamentais neste ciclo para que haja segurança nos estádios de futebol. Atualmente, estes espaços não são seguros para que famílias possam frequentá-los sem o sentimento de que alguma confusão entre torcedores possa atingi-las. Ou dá para se sentir confortável com uma pancadaria dentro do gramado?
Um basta poderia ocorrer. Entretanto, o que virá é um festival de lamentações, notas de repúdio, dedos apontados, etc. Atacar o problema é mais difícil. Fica mais fácil jogar a responsabilidade para quem está ao lado, abaixo ou acima. Neste intervalo, a impunidade impera. Faltam respostas mais claras e eficientes sobre cada um dos episódios que já vimos nos estádios ou no entorno deles.
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A barbárie parece não ter fim. Como faltam ações duras e eficazes, a sensação atual é de que estamos à espera dos próximos casos. Dos próximos mortos, dos próximos feridos. É uma triste constatação, mas não há nada que se contraponha a esta conclusão.