Foi lá em 11 de julho de 2023 que o prefeito de Florianópolis, Topazio Neto (PSD), divulgou um vídeo nas redes sociais para anunciar que a Capital de Santa Catarina não teria mais show de fogos na Beira-Mar Norte no Réveillon. Prometeu Topazio, à época, que a festa promovida pela prefeitura seria inesquecível, mesmo sem o roteiro tradicional. A aposta foi num show de drones com luzes e sons. Uma aposta que, na prática, não deu certo. O show de Réveillon de Florianópolis foi frustrante. O público saiu decepcionado porque esperava mais, mas encontrou pouco.
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Ficam muitas lições para os próximos anos na Capital catarinense. Uma mudança no perfil de uma festa tradicional como o Réveillon requer cuidados importantes, mas o principal é: a festa precisa impactar, inovar e prender a atenção. A aposta nos drones limitou a festa a uma expectativa alta com pouca entrega. Enquanto em Balneário Camboriú foram 1 mil drones colocados para fazer um show digno dos Emirados Árabes, na Capital limitou-se a 300 equipamentos e visão limitada.
Além disso, o tempo curto da apresentação também decepcionou. Quem acompanhava de perto a montagem do roteiro nas últimas semanas já previa que faltava mais informação divulgada para que o público soubesse o que efetivamente encontraria na Beira-Mar Norte e na Beira-Mar Continental. Mas o que se viu foi a criação de uma expectativa desproporcional ao que se entregaria. Por isso a decepção dos espectadores.
Os tradicionais fogos de artifício, deixados de lado na atração principal pela prefeitura ainda em julho, salvaram o evento na ponte Hercílio Luz. Adotado todo o necessário cuidado para crianças com autismo, idosos e animais em uma apresentação com estampidos reduzidos, o show de fogos na Velha Senhora revelou que há como manter uma festa bonita sem prejudicar quem precisa ser protegido.
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O Réveillon é um produto turístico. Quem sabe utilizá-lo, como mostrou Balneário Camboriú, pode ter resultados de impacto. Os relatos e as imagens da cidade do Litoral Norte ganham o país em forma de destaque, enquanto Florianópolis perde pontos importantes com os turistas para os próximos anos. Assim, a principal lição é que a festa precisa ser tratada com planejamento que envolva, acima de tudo, a garantia de impacto positivo.
O dever de casa de Topazio e da equipe da prefeitura que organizou o Réveillon é estudar as lições deixadas por este Réveillon frustrante para que em 2024/2025 os erros não sejam repetidos. Tudo isso passa por ouvir o público e olhar para bons exemplos, sem medo de reconhecer os problemas e voltar atrás naquilo que não ficou bom. Florianópolis merece uma festa melhor e de mais impacto.