O frágil governo Moisés enfrentaproblemas semanalmente. Toda vez que a gestão pensa em dar um passo em frente, aparece um pedido de impeachment, o andamento da investigação dos respiradores ou alguma animosidade política nos bastidores. A busca e apreensão na Casa D’Agronômica, questionada pela defesa do governador Carlos Moisés da Silva, soma-se um contexto de tropeços dignos de colocar o atual chefe do Executivo em uma situação delicada, principalmente do ponto de vista político. Aos poucos, o governo Moisés fica imobilizado pelas dificuldades.
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Moisés e os respiradores: imagem da compra fraudulenta ficará marcada na gestão
Por mais que tente, Moisés não conseguirá desvincular a imagem do seu governo da desastrosa compra dos respiradores. O principal motivo é o contexto: R$ 33 milhões gastos com equipamentos fantasmas que poderiam ajudar a salvar vidas durante uma pandemia em Santa Catarina. Não há números positivos na economia e entregue de obras capazes de diminuir a relevância do caso dos respiradores.
O governador, como pessoa física, pode ser livrar do inquérito caso não seja nem indiciado. Mas a gestão já está marcada por um erro histórico.
Aos poucos, com a sucessão de notícias negativas e as dificuldades para governar, Moisés perde também as alternativas de se aproximar da população. Recentemente, houve movimentos neste sentido, mas atrasados diante de um contexto de aproximação do afastamento do cargo, algo que pode ocorrer até 20 de outubro no impeachment mais avançado.
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O que levou o ministro do STJ a autorizar a busca contra o governador de SC na Casa D’Agronômica
Soma-se a isso a falta de articulação de um governo que comemorou vitórias na Assembleia Legislativa (Alesc) em 2019, mas que em 2020 enxerga qualquer pedido contra o Executivo ser aprovado sem qualquer dificuldades. A imobilização do governo passa diretamente pelo Legislativo, onde a oposição ataca a hora e como quiser. O governo Moisés nem reage. Caso se livre dos dois processos de impeachment em andamento, o governador precisará se reinventar, senão será apenas um ocupante da Casa D’Agronômica até o final de 2022 sob a condução da Alesc.
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