Há dois meses de completar um ano da trágica compra de 200 respiradores pelo governo de Santa Catarina, o quebra-cabeça da investigação ainda precisa explicar muitos pontos aos catarinenses. Os posicionamentos do MP-SC, no inquérito civil, e da PF, na investigação criminal, que inocentam o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) agora levam os olhares a se concentrar no restante da apuração. Até agora, ainda não se sabe como funcionou o esquema para o desvio de recursos e como teriam operado os supostos envolvidos.
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As operações policiais comandadas por uma força-tarefa em Santa Catarina chegaram a prender seis pessoas. Mas a investigação criminal subiu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com a investigação da PF, por conta do termo “governador” encontrado em mensagens de texto enviadas por empresários. A tendência é que, diante do posicionamento dos agentes federais favorável ao governador, o processo volte a tramitar em Florianópolis.
Os detalhes que levaram a PF a inocentar Moisés no caso dos respiradores
Já no inquérito civil, o Ministério Público encaminhou o caso a uma promotoria da Capital para a apuração de atos de improbidade administrativa por parte dos investigados. O quebra-cabeça ainda está incompleto. A CPI dos Respiradores, montada na Alesc, não conseguiu explicar totalmente como teria sido o esquema.
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Falta dizer, por exemplo, quem teria sido o elo interno no governo catarinense e o esquema de empresários montado para fraudar a dispensa de licitação. Também falta explicar onde foram parar os outros R$ 19 milhões ainda não recuperados pelo governo do Estado. Além disso, as polícias precisam esclarecer qual teria sido o papel do investigados e presos nas primeiras fases das operações da força-tarefa.
Ao mesmo tempo, o próprio governo ainda tem explicações internas a dar com a sindicância que f aberta. Há apontamento de erros cometidos por servidores, e eles precisam ser evidenciados. O caso dos respiradores marcou a história catarinense. Por isso é que as respostas precisam ser dadas com agilidade para a população de Santa Catarina.