A operação “Sintonia”, que cumpriu mandados contra suspeitos de integrarem uma facção criminosa em Santa Catarina, teve como parte dos alvos dois advogados, como antecipou a coluna em 11 de outubro, no dia das buscas feitas pela Deic, da Polícia Civil. Um deles, Hedpo Alan de Souza, foi detido ainda no dia 11. Já o segundo, Jonathan Santos Profeta, foi capturado na última sexta-feira (21).
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Advogados são alvos de operação da Polícia Civil contra facção criminosa em SC
Ambos são apontados pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Deic como elos entre líderanças criminosas da facção que estão presos e os integrantes do grupo que ficam nas ruas. Os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça de Araquari, no Norte do Estado. Os advogados, entretanto, são de São José e Palhoça.
Hedpo chegou a ser conduzido para uma unidade prisional em SC, mas já está em prisão domiciliar depois que a juíza responsável pelo caso entendeu que ele deveria estar em uma sala do Estado-Maior, como determina o estatuto da advocacia. Diante da ausência de um espaço para o profissional nas cadeias catarinenses, a determinação foi para que ele aguarde o julgamento em casa com uso de tornozeleira eletrônica.
O advogado Profeta segue no sistema prisional, mas a defesa dele já pediu a extensão da mesma decisão concedida a Hedpo para a prisão domicliar.
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O que dizem as defesas
O advogado de Hedpo, Marcelo Gonzaga, afirma que, por enquanto, se concentrou no pedido para que o cliente dele tivesse a prisão domiciliar diante da ausência de uma sala de Estado-Maior para abrigá-lo. Gonzaga ainda lembra que a sala de diferencia de uma “cela especial”, que é destinada a pessoas com ensino superior. Foi, inclusive, nesta tese que Gonzaga insistiu ao pediu ao Judiciário a transferência de Hedpo. Por fim, o defensor de Hepdo diz que o próprio cliente está surpreso com a investigação e aguarda pela análise dos fatos pela defesa técnica.
O advogado de Profeta, Osvaldo Duncke, confirmou que já pediu a prisão domicliar do cliente. Sobre a investigação de que ele faz parte da organização criminosa, Duncke afirma que ele nega qualquer envolvimento e “irá comprovar durante a instrução criminal a sua inocência”.
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