Um servidor da prefeitura de Florianópolis foi alvo de um mandado de prisão preventiva cumprido nesta sexta-feira (15) em investigação da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). A ação foi a segunda fase de uma operação deflagrada no final de 2022. À época, o mesmo servidor já havia sido alvo de busca e apreensão. Na primeira fase, Felipe Pereira, preso nesta sexta-feira, era chefe de fiscalização da Floram, o órgão ambiental da prefeitura da Capital. Depois disso, teria perdido a função e atuava como servidor do município, conforme a prefeitura. Ele é empregado efetivo desde 2015.
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Prefeitura de Florianópolis é alvo de operação por suspeita de propina para embargo de obras
A coluna apurou que os investigadores consideram as provas “muito fortes”. Há, por exemplo, imagens do recebimento de propinas e até ameaças que teriam sido feitas a construtores. Os detalhes das investigações devem ser divulgados pela Polícia Civil nos próximos dias.
Além da prisão do servidor da prefeitura, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão durante a sexta-feira.
Contraponto
A defesa de Felipe Pereira emitiu nota através de Eduardo Herculano, advogado do servidor. O defensor afirma que “o próprio magistrado do caso advertiu que a decisão prolatada não antecipa a formação da culpa e tampouco denota responsabilidade dos envolvidos”. Ele conclui o texto: “O Escritório Herculano Advogados acredita nas instituições e será através delas que se provará a verdade, com o respeito ao contraditório, ampla defesa e, mais, em respeito ao devido processo legal”.
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O que diz a prefeitura
Em texto divulgado neste sábado (16), a prefeitura de Florianópolis falou sobre o caso: “Um servidor efetivo da Floram foi preso na manhã de sexta-feira (15) durante uma operação da Polícia Civil que apura cobrança de propina para evitar demolição em obra irregular no Sul da Ilha. A Prefeitura teve acesso aos autos na noite de sexta. De acordo com a investigação, o servidor, efetivo há 8 anos no município, teria procurado um construtor que estava com obras irregulares no Ribeirão da Ilha, região Sul. O construtor já tem um histórico de obras irregulares na cidade, inclusive com multas e decisões de demolição”.
A prefeitura diz que, em dezembro de 2022, após a primeira operação da Polícia, a Polícia Civil foi procurada para buscar mais informações e colaborar: “(a prefeitura) Não recebeu nenhuma informação sobre servidor praticando irregularidades.”