Falecido há quase dois meses, o promotor de Justiça Flávio Duarte merecia uma homenagem do governo do Estado. Foi ele que assumiu a ação criminal contra a facção criminosa que aterrorizou Santa Catarina entre 2012 e 2014. Em 2022, completam-se 10 anos dos atentados, como contou em reportagem especial no NSC Total o colega Jean Laurindo.

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Assassinato, ônibus queimados e tensão: onda de terror em SC completa 10 anos

Morre em Blumenau o promotor Flávio Duarte de Souza

Duarte faleceu após um AVC, aos 55 anos, em 7 de outubro deste ano, em Blumenau, onde atuava. No entanto, não houve por parte do Estado e do Colegiado Superior de Segurança Pública uma homenagem à altura do que o promotor representou a Santa Catarina, principalmente na ação que condenou dezenas de pessoas ligadas à facção criminosa por conta da primeira onda de atentados.

Aliás, um bastidor ajuda a entender a importância do que fez Duarte naquela época. Assim que foi concluído o inquérito da Polícia Civil contra os faccionados, fontes contam que houve dificuldade em estabelecer a ação dentro do Ministério Público porque havia resistência de promotorias procuradas à época diante do medo de possíveis represálias da facção. Duarte decidiu assumir o processo e participou de cada uma das etapas até a condenação.

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Em um momento histórico para a segurança pública, o promotor esteve entre os envolvidos de uma das maiores audiências de instrução e julgamento do Judiciário catarinense. Foi justamente neste caso em que ele coordenou a acusação. A audiência ocorreu dentro do Complexo Prisional da Canhanduba, em Itajaí. Foram dias de sessão até que todos os envolvidos fossem ouvidos.

Somente com esta história, além dos outros casos de repercussão assumidos pelo promotor, seria possível que o Estado o reconhecesse. Nunca é tarde para a lembrança a Duarte, assim como aos demais que atuaram naquele enfrentamento histórico para SC.

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