As investigações da operação Mensageiro, que foca no escândalo do lixo em Santa Catarina, têm como ponto central a figura de um empresário. Ex-funcionário de uma empresa que presta serviços para as prefeituras investigadas pelo Ministério Público (MP-SC), ele foi o gerador do nome da operação. Em uma delação, um prefeito afirmou que um “mensageiro” fazia a entrega de propina em dias e horários previamente estabelecidos.

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Prefeitos presos no escândalo do lixo estão espalhados em presídios de SC e sem regalias

Na delação, o prefeito disse que desconhecia o nome da pessoa. O contato deles seria rápido: o empresário chegava, deixava os valores e se despedia. Os encontros ocorriam dentro de carros, por exemplo. Apesar de ter deixado a empresa investigada em 2013, o empresário ainda seria o responsável por fazer a entrega de valores para agentes públicos, conforme apurado pelos promotores.

Durante um ano e meio, o MP-SC acompanhou os movimentos do empresário. Com isso, há uma farta documentação que apontaria o envolvimento dele no esquema. O empresário está preso em Joinville desde dezembro, quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Mensageiro. Além dele, outras 19 pessoas também estão detidas dentro da investigação autorizada pelo Tribunal de Justiça (TJ-SC), incluindo seis prefeitos de diferentes regiões do Estado.

Diante do monitoramento feito em cada passo do empresário é que o MP avançou sobre outros prefeitos, além daquele que havia delatado o suposto esquema envolvendo a prestação de serviço de coleta de lixo no Estado. Ainda se investiga quais deles efetivamente receberam propina. Durante as buscas e apreensões da primeira fase, em dezembro passado, os investigadores encontraram valores que seriam destinados a um dos prefeitos junto com uma caixa da empresa que está no centro da operação.

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Contraponto

O advogado do empresário afirmou que não se manifestará porque o processo corre sob sigilo nível 5, que é o grau máximo de preservação das informações.

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