A solicitação feita pela equipe de transição de Jorginho Mello ao governador atual de Santa Catarina, Carlos Moisés, para que todas as licitações em andamento sejam suspensas foi gerada por um projeto específico. Alertado por aliados na Assembleia Legislativa (Alesc), o governador eleito teve a atenção chamada para a parceria público-privada (PPP) que será feita para a construção do Complexo Hospitalar de Florianópolis. O projeto envolve R$ 3,6 bilhões em recursos aplicados por uma empresa e pagos pelo Estado em contraprestações mensais em 30 anos.

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Um dos primeiros alertas a Jorginho veio do deputado estadual Ivan Naatz (PL), que se tornou uma espécie de líder do futuro governo na Assembleia. A equipe de transição passou a incluir o projeto entre as prioridades de análise, e depois veio a recomendação assinada por Moisés Diersmann, o coordenador de transição, para que Moisés suspenda todas as licitações em andamento.

Nos bastidores, o governo atual defende com unhas e dentes o projeto do complexo hospitalar. A estrutura será feita para reunir na mesma área os quatro principais hospitais públicos da Capital catarinense: Nereu Ramos, Joana de Gusmão, Carmela Dutra e Celso Ramos. O leilão para a definição da empresa que fará a PPP com o Estado está marcado para 20 de dezembro.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) deu o aval para a licitação, como pede a legislação. Assim, a secretaria da Fazenda seguiu com a burocracia e encaminhou o leilão para ocorrer 10 dias antes do final da atual gestão, o que acendeu o alerta no futuro governo.

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Na prática, a tendência é que Jorginho mantenha o projeto já que ele passou por estudos nos últimos anos e mostrou-se uma alternativa para solucionar o grave problema do hospital Celso Ramos, que não tem mais condições de funcionar no prédio atual. No entanto, até que haja uma solução, o impasse está formado entre os dois governos.

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