Faltava justamente a materialização do problema. Era necessário um alerta visível para as autoridades perceberem a gravidade da falta de manutenção e obras nas pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles. As duas são as únicas ligação entre Ilha e Continente, em Florianópolis.
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A placa metálica que se soltou na Pedro Ivo, no fim da tarde desta quarta-feira (13), soa como alerta antes restrito à imprensa e aos que diariamente passam pela estrutura. O barulho é constante, o asfalto já dá sinais de deterioração. Agora, uma placa metálica evidencia a urgência.
Palavras do engenheiro especialista em pontes, Roberto de Oliveira:
— Aquela placa é apenas um sinal do desnível. Isto (desnível) eu vi hoje no início da tarde na ida, pela ponte Colombo Salles, e senti um solavanco na volta, pelas quinze horas. Pode não ser grave, mas se as obras iniciarem não vai dar para ver a extensão do problema.
É bom recordar algo que a coluna vem informando há meses: a empresa que fará a obra está definida há três anos. Ela espera por quem fará a fiscalização.
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Essa definição demorou porque o Estado e o Tribunal de Contas (TCE) ficaram dois anos discutindo o modelo de contratação. Somente em 2018 houve um acordo.
Enquanto isso, a deterioração foi aumentando. Nesta semana termina o prazo para recursos na licitação da fiscalização. Depois o processo pode ser homologado. Mas ainda faltará o principal: dinheiro para as obras.
O problema desta quarta-feira é o alerta que faltava para o processo ser agilizado. A primeira reação veio do prefeito Gean Loureiro, que em nota pediu urgência na reforma.
Mas a cobrança precisa ser maior, da população e de entidades que ainda não perceberam a gravidade de ter somente um das quatro faixas das pontes fechadas, por exemplo. A reforma das duas pontes precisa ser prioridade estadual. Enquanto não houver esse entendimento, ficaremos refém da próxima placa ou de algo pior.
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