Quem disse que a mamata acabaria? Essa promessa foi bastante propagada em 2018, principalmente por quem concorreu na carona do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como foi o caso do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva. Como estamos acompanhando, porém, a mamata não acabou em Brasília e agora percebe-se que nem aqui no Estado. O projeto da previdência complementar para deputados estaduais é uma demontração disso.

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O texto enviado pelo Executivo à Assembleia, prevê que o dinheiro público vai ajudar a custear a previdência dos parlamentares e também dos comissionados de quase todos os Poderes. Só ficam de fora os do Executivo. Como a colega Dagmara Spautz escreveu, a proposta causou revolta entre os servidores afetados pela Reforma da Previdência, porque abre espaço para aprofundar o rombo na Previdência Estadual.

O principal ponto é que o poder público – no caso do contribuinte – terá que pagar uma parcela equivalente à contribuição feita pelo deputado e pelos comissionados. Além disso, a tramitação na Alesc está seguindo a passos de lebre, enquanto muitos outros assuntos caminham em ritmo de tartaruga.

A pergunta é: por que tanta pressa? Deputados como Luciane Carminatti (PT) e Bruno Souza (Novo) tentaram aliviar o projeto retirando a obrigatoriedade do catarinense de pagar pela previdência dos deputados e comissionados. Mas as emendas não foram acatadas. Nem mesmo o governo da “mamata acabou” deu bola para essa opção.

A votação que deve ocorrer na tarde desta quarta-feira (27) na Assembleia será uma demonstração real sobre o posicionamento dos parlamentares em relação aos gastos públicos. Caso a proposta seja realmente aprovada – o que deve acontecer -, Moisés terá uma oportunidade de mudar de ideia e voltar às origens de quem pretendia acabar com a mamata ao decidir se sanciona ou não o texto aprovado.

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