Era fevereiro de 2019. O recém-empossado governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva, ainda dava seus primeiros passos no cargo. Ficava claro que ele não era afeito a agendas tradicionais. Volta e meia surpreendia por recusar convites que seus antecessores aceitavam sem pensar duas vezes. Veio, então, a posse da então presidência eleita da Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB-SC), entidade conceituada e com bastante peso nas relações institucionais.
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O advogado Rafael Horn havia sido eleito pelos colegas em 2018, e tomaria posse naquele fevereiro de 2019. Moisés foi convidado, mas não compareceu. A vice, Daniela Reinehr, compôs a mesa em seu lugar. Naquele dia, praticamente no mesmo horário, o governador preferiu dedicar-se a uma agenda em Biguaçu, reduto do então chefe da Casa Civil, Douglas Borba. Entre os advogados, a postura de Moisés repercutiu mal, afinal todos os governadores compareciam às prestigiadas posses da OAB.
Ao mesmo tempo, o inquilino recente da Casa D’Agronômica comprovava que não pretendia se adequar ao tradicional. E assim o fez, tanta nas relações institucionais como na política. Mas, como bem sabemos, a estratégia não deu muito certo. A ausência de Moisés em eventos considerados importantes para o relacionamento mos bastidores dificultou ainda mais o caminho político do governador.
Foi somente após os processos de impeachment que ele passou a incluir em sua agenda espaço para as relações institucionais. Desde o final de 2020, ele passou a ser visto com mais frequência em eventos sociais e encontros de entidades e Poderes. Prova disso foi justamente a posse da nova presidente da OAB-SC, Cláudia Prudêncio, na última sexta-feira (18). Moisés não somente esteve lá como posou para fotos ao lado de autoridades e políticos.
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Em três anos, o governador exemplificou o ditado de que “a dor ensinar a gemer”. Ele percebeu que por mais importante que sejam as visitas à Biguaçu ou a quaisquer outras cidades catarinenses, algumas agendas precisam ser cumpridas. Estar na posse da OAB, portanto, foi mais que um protocolo, mas a comprovação da mudança de perfil do governador de SC.
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