O ataque de Roberto Jefferson (PTB) a policiais federais, neste domingo, além de poder se configurar como tentativa de homicídio e outros crimes, tende a atingir diretamente a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Justamente por conta disto é que Bolsonaro reagiu rapidamente à ocorrência com uma manifestação nas redes sociais. O candidato à reeleição percebeu que o ato criminoso pode repercutir na reta final da corrida presidencial.
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Roberto Jefferson troca tiros com PF e policial fica ferida
Mesmo que a ação seja exclusivamente do ex-deputado federal, atualmente no PTB, a imagem dele esta vinculada a Bolsonaro. E será isso, certamente, que a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentará mostrar na semana que falta para o segundo turno no Brasil. Com o ato deste domingo, os opositores a Bolsonaro vão reforçar o discurso contra o atual presidente se utilizando do ataque extremista de Jefferson.
Nesta análise, entretanto, é bom a gente separar os grupos: não trato aqui de um impacto na eleição para os convertidos. As bolhas continuam iguais. Mas estou falando dos indecisos, da população média, de quem decide a eleição. É para este público que Bolsonaro e Lula estão procurando falar neste segundo turno.
Quando uma imagem desta repercute nacionalmente, o indeciso é atingido. Ele sente a informação e pode mudar posição eleitoral. Isto explica visivelmente a estratégia de Bolsonaro. Candidato à reeleição e com uma margem a tirar no segundo turno, ele agora quer se distanciar de uma crise capaz de atingi-lo.
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Saiba quem é Roberto Jefferson, preso após atirar em policiais federais
Com poucos dias de campanha de rádio e TV pela frente, este deverá ser o tema principal. Enquanto um lado vai explorá-lo intensamente, o outro buscará se desenvencilhar do ato extremo. Mesmo assim, este pode ser o fato principal que definirá o resultado final da eleição presidencial.
Os possíveis crimes de Roberto Jefferson
O advogado criminalista Francisco Ferreira enumerou os crimes pelos quais Jefferson pode ser responsabilizado. Segundo ele, são pelo menos quatro: duas tentativas de homicídio (uma contra a agente e outra contra o delegado da PF), resistência e por possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo.
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