A Polícia Civil de Santa Catarina vive uma turbulência sem precedentes. Uma Reforma da Previdência questionada pela categoria, duas trocas no comando da delegacia-geral em 15 dias e mudanças em cargos considerados “sensíveis” afundam a corporação na atual crise. A coluna ouviu diferentes fontes nos bastidores nas últimas horas, e a constatação é de que o ambiente continua agitado diante das movimentações que ocorreram nas últimas semanas, principalmente pela saída do delegado Akira Sato do cargo de delegado-geral por suposta interferência do governo do Estado em trabalhos de investigação.
Continua depois da publicidade
> Acesse para receber notícias de Santa Catarina por WhatsApp
A aprovação da Reforma da Previdência na Assembleia Legislativa (Alesc), em agosto, foi o pontapé para um clima interno de insatisfação. O então delegado-geral Paulo Koerich ficou em situação considerada desconfortável, sem poder de reação junto ao governo Carlos Moisés da Silva e com uma categoria abatida pelo texto que havia acabado de passar pelo Legislativo.
A saída de Koerich do cargo em 16 de setembro, contudo, não teve ligação direta com isso. O que teria motivado a demissão feita pelo governador era o clima do próprio delegado com o núcleo próximo a Carlos Moisés da Silva. Mesmo que Moisés faça questão de chamar o delegado de “amigo”, não era bem assim que a relação fluía dentro da gestão.
Com a saída de Koerich, o governador indicou Akira Sato para a função. Nos bastidores, a troca era vista como “seis por meia dúzia”. Ambos tinham perfil técnico e sem ligação política. Nos seus primeiros atos, o novo delegado-geral fez alterações em cargos de confiança, como era de se esperar. Ele mexeu em funções como as diretorias da Deic. de Inteligência, da Grande Florianópolis e do Litoral. A cadeira de número 2 também foi alterada: saiu Fernando Callfass e voltou Ester Coelho.
Continua depois da publicidade
O que provocou mais preocupação nos bastidores, por outro lado, foi a saída de dois delegados de cargos considerados sensíveis da Deic: a delegada Beatriz Ribas, coordenadora da unidade de Repressão a Crimes Ambientais, e o delegado Jefferson Prado, da unidade de Investigação à Lavagem de Dinheiro. Ambos coordenavam inquéritos policiais importantes, segundo fontes ouvidas pela coluna.
Por fim, a saída prematura de Akira nesta sexta-feira (1º) explodiu a crise da Polícia Civil. Há muita preocupação dos agentes, escrivães e delegados como quem será nomeado para o comando da corporação daqui para frente. Além disso, também há o entendimento de que seja quem for o escolhido, o novo delegado-geral terá um grande abacaxi para descascar e devolver a tranquilidade aos trabalhos.
Leia também:
Teve reação à vacina da Covid-19? Saiba o que fazer
Entenda o conflito no Afeganistão com volta do Talibã ao poder em 10 perguntas e respostas
Variante Delta: veja a eficácia de cada uma das vacinas da Covid
Conheça os 16 animais mais estranhos e raros vistos em SC
As diferenças entre as vacinas da Pfizer, Astrazeneca e Coronavac