Com a recente ocupação do limite entre Florianópolis e São José por parte da Polícia Militar (PM-SC), ficou evidente o cenário degradante em que pessoas em situação de rua vivem no local. Imagens mostram, por exemplo, que buracos feitos no viaduto entre as duas cidades são usados como acesso para dormitório. As fotos também revelam muita sujeira dentro destes espaços. Policiais militares que atuam no local ainda dizem que o cheiro é fortíssimo. O viaduto é por onde passam dezenas de milhares de veículos diariamente na BR-282, a Via Expressa.

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PM ocupa o limite entre São José e Florianópolis sem data para sair do local

Desde a semana passada, quando ocorreu um encontro no Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) para definição de medidas naquele ponto, a PM ocupa a região. Abordagens são feitas constantemente. Dois batalhões atuam: o 7º BPM, de São José, e o 22º BPM, de Florianópolis. O comandante da 11ª Região da corporação, que responde por São José e cidades próximas, o coronel Cleber Pires, diz que o espaço dentro do viaduto se tornou uma espécie de “esconderijo” em situação degradante.

– O viaduto não tem a lacração adequada para que se impeça que pessoas usem o local como moradia. Estas pessoas precisam ser acolhidas num local com dignidade humana – frisou o coronel.

Ele defende que ocorra uma intervenção na região de forma conjunta para o fechamento do viaduto. Justamente por entender que não é possível somente fechar os espaços dentro do viaduto, que atualmente é o único espaço de moradia para as pessoas em situação de rua da região, o coronel acredita que será necessária uma ação junto com as equipes de assistência social e do Dnit. No caso da assistência, o engajamento das prefeituras de Florianópolis e São José será fundamental. Já o Dnit é o responsável por fazer a manutenção do viaduto.

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– A PM está disponível para dar o apoio aos trabalhos sociais na região – afirmou o coronel.

Segundo levantamento da polícia, há um ciclo vicioso na região: as pessoas em situação de rua vivem em locais degradante e são usuários de drogas que se “alimentam” de furtos em pontos de São José para comprar entorpecentes. Assim, revendem os materiais furtados nos locais próximos e acabam permanecendo na mesma área.

Diante deste cenário, fica cada vez mais claro que o quadro histórico do limite entre as duas cidades somente se resolverá com engajamento de diferentes entes do poder público. A atuação conjunta é primordial pela complexidade do tema e da necessidade social das pessoas em situação de rua.

Veja abaixo as fotos do viaduto entre Florianópolis e São José:

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