A concessão da BR-101 Sul passou a assustar políticos e lideranças catarinenses depois que vieram à tona o valor base previsto pelo Ministério de Infraestrutura para cada uma das quatro praças de pedágios previstas para os 220 quilômetros da rodovia. Os R$ 5,19 saltaram aos olhos. Por fim, o R$ 1,97 ofertado pela CCR, vencedora do leilão, acalmou os ânimos de muita gente. Mas, quando o valor é arredondado e somado a outras praças da 101, o bolso do motorista começa a pesar.
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Somente no trajeto entre Florianópolis e Porto Alegre o custo total será de R$ 23,90 apenas na ida. Com a volta o valor deve se aproximar dos R$ 50, incluindo os reajustes de inflação do período. O que antes era apenas uma praça de pedágio (em Palhoça), agora são ser oito. O cálculo leva em conta os outros três postos de cobrança previstos para o trecho de concessão da BR-101 e da BR-290 no Rio Grande do Sul.
Para quem circula neste trecho rotineiramente, os R$ 50 vão assustar. E este é o preço da concessão das rodovias. Para uma população cansada da pesada carga tributária, a quantidade de pedágios prevista para a BR-101 chega como um novo fardo, mas um fardo necessário para diante da ineficiência do poder público em manter rodovias em constante manutenção.
O impacto da cobrança nos motoristas torna-se dobrado quando a mesma ineficiência se repete nos trechos concedidos. Na BR-101 Norte, por exemplo, o Contorno Viário da Grande Florianópolis representa esta sensação. A obra está atrasada há oito anos e vai atingir 11 anos em 2023, com a nova promessa da Arteris em acordo feito com o MPF e o governo federal. A demora para a conclusão do trecho, somada às filas constantes na região, aumentam a indignação de quem paga pedágio e enxerga a demora na sua frente.
Pelos planos do ministério de Infraestrutura, o catarinense terá que se acostumar a conviver com os pedágios. Em 2021 e 2022 mais dois lotes devem ser leiloados. Na prática, isso representa mais cobrança nas estradas, mas também pode e deve significar mais investimentos para melhorar a condição das rodovias através de manutenção e duplicação com o objetivo de reduzir o quadro violento das rodovias federais de Santa Catarina.
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